Sábado, 18 de Setembro de 2010

O lugar do morto

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 O sr. António de Vasconcelos deve ter manuseado o calhamaço de Filipe de Meneses sobre Salazar, mas lê-lo... Só assim se explica que o resumo que faz dele (de Salazar, não do livro) seja o habitual chorrilho de lugares-comuns que nestas ocasiões tão bem compõem uma colunazinha de cultura no jornal. Metodicamente, porém, no último parágrafo faz-lhe um conciso reparo (neste caso é ao livro): o não ter enfatizado a devastação cultural de que o país ainda não se recompôs (e dá o apagamento da memória histórica como exemplo; aonde terá ido ele buscar esta?)
 O sr. António de Vasconcelos - perdão, o sr. António-Pedro de Vasconcelos - é boa prova da tal devastação cultural que diz, e também ele se não recompõe. Se é por causa de Salazar ou por causa do hífen, das duas uma.

Escrito com Bic Laranja às 16:10
Verbete | comentar
16 comentários:
De Luísa a 18 de Setembro de 2010
Quanto aos dizeres do senhor sobre o livro e o Salazar... O livro, não li; o Salazar, não me diz nada directamente, a não ser o facto de eu ser de um concelho vizinho a Santa Comba Dão. Isto é, eu disse tanto como muita gente diz sobre Salazar e livros: NADA! A diferença é que eu só venho "chateá-lo" a si, caro Bic, outros são pagos para serem "chatear" quem compra/lê jornais e afins...

Já isso do hífen é comum por aqui. Tenho um colega alemão com dois nomes próprios que são ligados pelo "tracinho". No entanto não vejo nenhuma similitude entre o nome (qulaquer deles) do senhor em questão com nome germânicos... Se eu gostasse muito do meu primeiro nome também o ligava ao meu bonito Luísa, que por acaso até é germânico... :D

Saudações
De Bic Laranja a 19 de Setembro de 2010
Do que vejo, hoje, até uma gaita de foles sopra opiniões sobre Salazar. Aqui há tempo, um cronista escamado com os 'privilegiados' da A.D.S.E. culpou quem? Salazar.
Sobre o hífen vai na resposta a seguir.
Cumpts. :)
De Luísa a 19 de Setembro de 2010
A sério?? Anda para aí cada um com um desfazamento da realidade... Isso lembra-me o meu melhor amigo, no tempo em que andávamos na faculdade. POr qualquer coisinha, virava-se para quem queria ouvir: a culpa é da Luísa. Se era assunto sério, a culpa era minha, se era assunto de brincadeira, a culpa era minha, eu até cheguei a ter culpa da chuva!!! A diferença é que a coisa era brincar e eu agora até tenho saudades do tempo em que eu era considerada culpada pelo terramoto de 1755...
De Luísa a 19 de Setembro de 2010
E é desfasamento... :s
De Bic Laranja a 19 de Setembro de 2010
O seu amigo (perdoe-me o indiscrição) tinha fixação em si.
Cumpts. :)
De Luísa a 19 de Setembro de 2010
Ah! Ah! Essa esteve mesmo muito bem. Ele era (e é) uma pessoa especial. Mas graças aos santinhos todos... cresceu e agora cada um arca com as suas respectivas culpas!!
De Bic Laranja a 19 de Setembro de 2010
:) Cumpts.
De [s.n.] a 19 de Setembro de 2010
Por acaso conheci vagamente este senhor (e a então sua primeira mulher) há muitos anos, era ele empregado num agência de publicidade. Era bastante mais velho do que eu, mas era uma pessoa mìnimamente simpática. Sempre o conheci como António Pedro Vasconcelos tal e qual, sem hífens nem " la petite particule" (como diria uma amiga minha francesa a propósito do "d" que Giscard d'Estaint acrescentou ao seu nome dando-lhe um toque aristocrático que não possuia e que em França tem uma importância enorme, o que cá também acontece mas não com tanta força) ou preposição "de"... O mesmo se deve passar com este senhor Vasconcelos (nem sei como não coloca dois L neste apelido, respeitando assim os seus supostos 'nobres' ancestrais...) que de repente resolveu alterar o nome, acrescentando a preposição e o traço de união ao nome, para lhe atribuir o mesmo significado pomposo do outro. Preposição que, ligando apelidos simplesmente, em Portugal não tem exactamente o mesmo significado, mas há casos em que anda lá perto por fazer parte duma determinada linhagem familiar.
Eu por acaso até tenho um "da" e um "de" entre apelidos, pelo que sou insuspeita.
Maria
De Bic Laranja a 19 de Setembro de 2010
Por acaso a preposição ele não a usa. Foi confusão minha. Agora que está é deixá-la. Todavia a preposição usou-se sempre em Portugal quando o apelido era de origem toponímica. O uso moderno foi-a deixando cair e foi-a recuperando ou mantendo por invocação de pergaminhos (legítimos e não só).
Os apelidos de origem toponímica estão em muitos casos ligados a ancestrais senhorios de terras, daí o sainete do seu uso presente.
O hífen em nomes próprios cuido que seja a variante da 'aristocracia' de esquerda; uma coisa de se dar ares mas sem querer ter nada que ver com pergaminhos, porque esses á esquerda são desprezíveis.
As peneiras é que não têm partido, só os antónios-pedros.
De [s.n.] a 19 de Setembro de 2010
O verbo possuir, no tempo e pessoa em que está conjugado, leva acento agudo no "i", mas o computador não o quis colocar por mais que eu tenha insistido. Peço desculpa pela falta d'acentuação.

O mesmo estava a acontecer com as primeiras aspas na expressão francesa, mas à custa de tanto insistir o pc lá se resolveu fazer-me a vontade...
Maria
De Bic Laranja a 19 de Setembro de 2010
:) Cumpts.
De [s.n.] a 19 de Setembro de 2010

É exactamente como diz, sem tirar nem pôr. As peneiras (que bela designação, que se usava nestes e em casos semelhantes mas que se foi perdendo com os tempos) é que são mais do que muitas..., mas isso acontecer à esquerda é que é para admirar. Ou talvez não. Eles têm uma inveja de morte da direita e dos chamados bem nascidos (normalmente de direita, claro) e de tudo o que com eles se relaciona e quando podem - este é um desejo que os consome - unem-se pelo casamento a essas famílias, as mesmas que fingem desdenhar. Há dezenas, senão centenas de casos cá e lá fora. Tomando como exemplo e só um, o Miguel Boyer, socialista espanhol, não descansou enquanto não se casou com a ex-mulher do Marquês de Grignon, porque porventura foi o mais próximo que ele conseguiu para finalmente se juntar à aristocracia espanhola. Muito embora já a ela não pertença, a mulher tem uma filha do Marquês, pelo que o ambiente se mantém mais ou menos... E o que denota a hipocrisia e o cinismo que os habita, na esquerda em geral, é que passam a vida a humilhar a direita e a desacreditar a aristocracia e a nobreza, que são de direita por tradição. Mas trata-se tão sómente de pura inveja, porque fazem tudo o que podem para se juntar a eles... Daí talvez os apelidos sonantes, falsos ou verdadeiros, d'alguns dos famosos democratas, laicos e socialistas.

Obrigada pela resposta.
Maria
De Bic Laranja a 19 de Setembro de 2010
É tudo gente fina. São é de tribos diferentes.
Cumpts. :)
De Bic Laranja a 19 de Setembro de 2010
Grato pelos seus comentários!
De manel a 23 de Setembro de 2010
as andorinhas estão agora a chegar, as caravanas acabam de regressar aos seus países, e os camelos ficam em portugal ,pobre pais este ...
De Bic Laranja a 23 de Setembro de 2010
Deixá-lo! A futebolite serve de paliativo.
Cumpts.

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