Segunda-feira, 15 de Novembro de 2010

Rua de Santa Apolónia

Verbete apressado em dia sem rede.

Rua de Santa Apolónia, 1989
Rua de Santa Apolónia, Santos-o-Novo, 1989.

Escrito com Bic Laranja às 17:55
Verbete | comentar
19 comentários:
De André Santos a 15 de Novembro de 2010
Outra Lisboa.
Gostava mesmo de ter andado de eléctrico ali. No 24, que me daria certamente muito mais jeito, existisse eu nessa altura...
De Bic Laranja a 18 de Novembro de 2010
Não me lembro se o 24 passava ali. Passava...?
Cumpts.
De Mário Cruz a 18 de Novembro de 2010
Sim. Rua da alfândega-Largo do Carmo. Descia Afonso III.
De Attenti al Gatti a 16 de Novembro de 2010
Era,mas já não é. O depósito da água e mais as oficinas, a ponte rolante, etc, etc, desapareceram a título de arranjarem espaço para umas quaisquer instalações relativas à Expo98, creio. Assim, com mais uma desculpa bacoca, desapereceram peças importantes do património industrial alfacinha. Da CP/REFER também não se esperaria nada minimamente meritório.
A.v.o.
De Bic Laranja a 18 de Novembro de 2010
Faz-se mais caso de modernices. Veja o legado da Expo: uma pala de cimento, cara por ser de autor, para dar sombra a a um terreiro.
Cumpts.
De André Santos a 16 de Novembro de 2010
Desapareceram para permitir o acesso da Avenida Mouzinho de Albuquerque à Avenida Infante Santo, que atravessa a estação no preciso local onde na fotografia se encontra a antiga rotunda e deposito de locomotivas.
A construção desse viaduto permitiu também a alteração do transito ferroviário da estação para a linha de mercadorias junto ao rio, para além da construção de linhas de resguardo dentro da própria estação onde ainda hoje é parqueado diverso material.
De Bic Laranja a 18 de Novembro de 2010
Duas precisões:
- O viaduto está no ponto exacto onde o fotógrafo se colocou em 1989.
- A Avenida que corre junto ao rio é a Infante Dom Henrique.
Cumpts.
De gracioso a 16 de Novembro de 2010
No muro junto ao carro azul morreram muitas pessoas derivado às cheias (princípio dos anos 50). Foi então construida uma grelha em betão para evacuar as águas para a meia-laranja.
Mais tarde foi construido um esgoto subterrâneo desde o Alto do Pina mas só até ao nível da Escola Patrício Prazeres.
O bairro da lata vinha desde o Alto do Pina até à verdura visível no lado direito da imagem.
Entre o muro e a meia-laranja de que se vê o telhado, os operários jogavam ao chinquilho.
O gradeamento que segue o muro até quase à Casa Pia tinha também rede. Podia-se ver , entre outros, "o foguete".
Gracioso
De Bic Laranja a 18 de Novembro de 2010
«Meia-laranja» seria então o barracão que albergava as locomotivas...
Grato pela achega sobre os aluviões.
Cumpts.
De Agostinho Paiva Sobreira a 16 de Novembro de 2010
Conheço muito bem este lugar desde o final dos anos 40 do século passado.
Ainda me lembro de junto ao muro do lado esquerdo, só passar um eléctrico de cada vez, tal como acontecia no viaduto de Xabregas.
A minha escola(primária) era muito próxima da zona, «CONVENTO DAS COMENDADEIRAS DE SANTOS-O-NOVO».
Cumprimentos-APS
De gracioso a 16 de Novembro de 2010
A minha escola primária também foi no convento de Santos-o-Novo.
O acesso efectuava-se pelo Largo de Santos-o-Novo e era no andar superior com vista sobre o cláustro.
Depois fechou e fui inaugurar a escola da Calçada das Lages (1955...?).
Chegaram a haver manifestações religiosas no convento mas com acesso pelo Pátio das Comendadeiras.
O convento inicial até não seria lá mas sim no fundo da Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão.
O edifício amarelado na esquina já pertencia ao Palácio dos Pancas da família Van Zeller, cuja Sra. Maria do Carmo acolheu os refugiados húngaros (1956?) mas no edifício da Calçada dos Barbadinhos frente à Guarda Fiscal.
Do lado esquerdo na imagem está o Palácio do Capoeiro-Mor conhecido também pelo Palácio de Braço de Prata.Creio que é n°53 no recanto. Do mesmo lado e mais longe estava o convento de Santa Apolónia que depois de demolido deu lugar ao Clube Ferroviário.
Quanto às cheias, a primeira porta na imagem de cor amarelada comporta até uma protecção contra as águas (amarelado).
Gracioso
De Bic Laranja a 18 de Novembro de 2010
O palácio de Santa Apolónia não seria de mas do Braço de Prata, António de Sousa de Meneses, dono da Quinta Matinha (essa sim chamada de Braço de Prata), mais chegada aos Olivais. Foi 2º copeiro-mor, do reino, cargo que herdou de seu pai. Este cargo já o li com o estranho nome de «capoeiro-mor» nalgumas publicações, mas deve ser gralha; o nome não faz sentido.
Creio que o Convento deva ter sido sempre onde é (mas não garanto); o que sucede é que a Travessa de Lázaro Leitão se prolongava até ao Largo de Santos-o-Novo, sendo por aí o caminho ancestral de Santa Apolónia para Xabregas antes da abertura da Calçada da Cruz da Pedra. Creio que deva ser assim mas terei que studar mais o assunto.
Muito grato pelas suas informações.
Cumpts.
De Bic Laranja a 18 de Novembro de 2010
A imagem mostra as linhas entrelaçadas. O carros eléctricos só passavam à vez. Outros tempos.
Cumpts.
De Attenti al Gatti a 17 de Novembro de 2010
Graças ao que acima ficou dito, fiquei a saber bastante mais sobre um local que faz parte dos percursos da minha vida.
A.v.o
De José Gracioso a 18 de Novembro de 2010
O nome de Copeiro-mor poderá perfeitamente ser exacto.
Os nomes de locais como até os nomes de pessoas que indiquei eram aqueles como eram conhecidos popularmente.
Já deixei a Calçada dos Barbadinhos à meio século e a memória falha-me um pouco.
O barracão do papel e cartão situava-se na actual Avenida Mouzinho de Albuquerque do lado direito voltado para o rio, ao nível das actuais Escadinhas das Comendadeiras de Santos, no ângulo junto às escadas para as traseiras da CAL Companhia das Aguas de Lisboa onde está a guarita.
No GoogleEarth está lá um graffiti : becas ama lurdes. Era precisamente aí a entrada do barracão onde há hoje uma pequena rotunda.
Os guardas da CAL de noite gritavam de vez em quando : Alerta ! o outro respondia : Alerta está.

No meu tempo, a Calçada da Cruz da Pedra já estava aberta. De testemunho, só posso dizer que no fundo da Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão (palácio) foram alojados deficientes físicos nos anos 50.
Daí até Santos-o-Novo a azinhaga era junto às casas até ao barracão. Depois com a construção da Patrício Prazeres, a rua de acesso a esta escola foi alcatroada.
Até que para se chegar à escola de Santos-o-Novo era mais práctico entrar pelo caminho, então não alcatroado e voltar logo ao nível do actual portão largo da Patrício Prazeres. Por conseguinte, nem sequer se chegava ao nível do acesso à conduta das águas em pedra, escadinhas e com o telhado arredondado.
O terreno entre a Patrício Prazeres e o convento das Comendadeiras está na mesma como nos anos 50, barracas a menos só.

O colector que vinha do Alto de Pina foi construído depois do sinistro das cheias na meia-laranja da CP. Tinha saída com uma altura de aproximadamente de 2 metros precisamente entre este terreno e a actual avenida Mouzinho de Albuquerque já perto do barracão.
Alguns rapazes gabavam-se de terem ido lá dentro até ao Alto do Pina (Praça Paiva Couceiro). Se calhar nem sequer foram até à Quinta dos Peixinhos. Só fiz lá dentro alguns metros porque vinha lá um destes cheiretes e também já não se via nada dentro. Depois as águas íam para o rio por uma vala até ao nível da meia-laranja. Esta vala está coberta agora pela via rumo ao Norte vindo do viaduto.

Na curva da rua do Barão de Monte Pedral haviam troncos de árvores tropicais precisamente no topo das Escadinhas das Comendadeiras.
Na rua do Barão de Monte Pedral(números ímpares) só haviam os n°s 1 e 3. A actual garagem (n°5A) não exisitia e o actual cabeleireiro (n°1A) era um café.
A rua General Justiniano Padrel era a "quinta do galego" toda lavrada que ía até ao nível do quartel dos Sapadores onde ele vendia leite das vacas. Isto é como quem ía da Calçada dos Barbadinhos para o Cine-Oriente por detrás do quartel. Aqui estou-me a afastar do assunto.

A imagem mostra as linhas entrelaçadas. O carros eléctricos só passavam à vez. Outros tempos." ...
Mas sabe que o sistema comportava um alinhamento automático (não eléctrico)da agulha para permitir ao eléctrico no fim troço único de seguir na via correcta e não em contra-mão. Isto é, o peso do eventual eléctrico precedente em sentido oposto mudou a agulha que o sistema automático corrigiu.
Em todo o caso havia sempre uma vareta par permitir ao guarda-freio de o fazer manualmente em caso de avaria. O meu pai chegou a fazê-lo nas Escolas Gerais quando andava na linha 11(anos 50).

Sempre à disposição e com os meus sinceros cumprimentos.
José Gracioso
Sucy en Brie
França
De Bic Laranja a 22 de Novembro de 2010
Agradeço-lhe penhoradamente tudo o que me diz. É precioso.
Registo que a designação de capoeiro-mor possa ter origem popular. Tem a sua lógica mas não me havia ocorrido.
Cuido que conheça o Arquivo Fotográfico da C.M.L., onde uma pesquisa por 'comendadeiras', 'santos-o-novo', etc. possa devolver-lhe muitas memórias.
Cumpts.
De José Gracioso a 22 de Novembro de 2010
Efectivamente já tinha há alguns meses dado uma olhadela no site do Arquivo Municipal.
Lembro-me até já ter visto lá uma foto, voltada para sul e tirada da Quinta dos Peixinhos onde está hoje uma estação-serviço amarelada. Vê-se o barracão do papel que evoquei já.
Esta área foi, depois que um certo França Borges, tivesse enviado os habitantes das barracas para as Quintas da Argolinha, Curraleira e outras, palco de confrontos à pedrada entre miudagem de bairros diferentes, género West Side Story. Com a dita evacuação, apareceu um terreno de futebol improvisado que é hoje o "Operário".

Na sua foto e continuando a rua, o Clube Ferroviário foi a "grande" área comercial sobretudo no ramo de mercearias. "Grande" pelo menos em relação ao que se praticava nos anos 50. Seria mesmo uma das primeiras em Lisboa de tipo auto-serviço.

O que me admira é que a foto seja de 1989.
O muro na parte onde estão duas pessoas depois do carro azul, comportava uma abertura que consistia em duas séries de quatro barras horizontais em betão e um pilar da altura do muro. Esta abertura servia à passagem de águas pluviais e já estava construida creio, pelo menos nos anos 60. Ela não aparece na foto.

Evocando esta abertura no muro, na parte inferior e que se não vê na foto, entre o muro e os telhados, foram construidos dois tanques.
Se me recordo bem, foi construido também um colector sob a via férrea.

Fico reconhecido pelos agradecimentos mas foi um prazer.
A minha infância e um pouco da juventude foram entre a Calçada dos Barbadinhos frente à Junta (domicílio) e as escolas (Botto Machado, na rua do Paraíso, a de Santos-o-Novo, a da rua das Lajes, a Nuno Gonçalves e a Patrício Prazeres).
Eis as razões dos meus conhecimentos desta zona de Lisboa.

Com os meus cordiais cumprimentos.
José Gracioso
De Pedro a 19 de Novembro de 2010
Que bom que é ler estes post e comentários. Obrigado!
Melhor só mesmo estas explicações no local, numa visita guiada. Reitero o desafio.
De Bic Laranja a 22 de Novembro de 2010
Fica reiterado.
Suponho que agora aqui há gente mais habilitada para guiar um passeio.
Cumpts.

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