19 comentários:
De José Gracioso a 18 de Novembro de 2010
O nome de Copeiro-mor poderá perfeitamente ser exacto.
Os nomes de locais como até os nomes de pessoas que indiquei eram aqueles como eram conhecidos popularmente.
Já deixei a Calçada dos Barbadinhos à meio século e a memória falha-me um pouco.
O barracão do papel e cartão situava-se na actual Avenida Mouzinho de Albuquerque do lado direito voltado para o rio, ao nível das actuais Escadinhas das Comendadeiras de Santos, no ângulo junto às escadas para as traseiras da CAL Companhia das Aguas de Lisboa onde está a guarita.
No GoogleEarth está lá um graffiti : becas ama lurdes. Era precisamente aí a entrada do barracão onde há hoje uma pequena rotunda.
Os guardas da CAL de noite gritavam de vez em quando : Alerta ! o outro respondia : Alerta está.

No meu tempo, a Calçada da Cruz da Pedra já estava aberta. De testemunho, só posso dizer que no fundo da Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão (palácio) foram alojados deficientes físicos nos anos 50.
Daí até Santos-o-Novo a azinhaga era junto às casas até ao barracão. Depois com a construção da Patrício Prazeres, a rua de acesso a esta escola foi alcatroada.
Até que para se chegar à escola de Santos-o-Novo era mais práctico entrar pelo caminho, então não alcatroado e voltar logo ao nível do actual portão largo da Patrício Prazeres. Por conseguinte, nem sequer se chegava ao nível do acesso à conduta das águas em pedra, escadinhas e com o telhado arredondado.
O terreno entre a Patrício Prazeres e o convento das Comendadeiras está na mesma como nos anos 50, barracas a menos só.

O colector que vinha do Alto de Pina foi construído depois do sinistro das cheias na meia-laranja da CP. Tinha saída com uma altura de aproximadamente de 2 metros precisamente entre este terreno e a actual avenida Mouzinho de Albuquerque já perto do barracão.
Alguns rapazes gabavam-se de terem ido lá dentro até ao Alto do Pina (Praça Paiva Couceiro). Se calhar nem sequer foram até à Quinta dos Peixinhos. Só fiz lá dentro alguns metros porque vinha lá um destes cheiretes e também já não se via nada dentro. Depois as águas íam para o rio por uma vala até ao nível da meia-laranja. Esta vala está coberta agora pela via rumo ao Norte vindo do viaduto.

Na curva da rua do Barão de Monte Pedral haviam troncos de árvores tropicais precisamente no topo das Escadinhas das Comendadeiras.
Na rua do Barão de Monte Pedral(números ímpares) só haviam os n°s 1 e 3. A actual garagem (n°5A) não exisitia e o actual cabeleireiro (n°1A) era um café.
A rua General Justiniano Padrel era a "quinta do galego" toda lavrada que ía até ao nível do quartel dos Sapadores onde ele vendia leite das vacas. Isto é como quem ía da Calçada dos Barbadinhos para o Cine-Oriente por detrás do quartel. Aqui estou-me a afastar do assunto.

A imagem mostra as linhas entrelaçadas. O carros eléctricos só passavam à vez. Outros tempos." ...
Mas sabe que o sistema comportava um alinhamento automático (não eléctrico)da agulha para permitir ao eléctrico no fim troço único de seguir na via correcta e não em contra-mão. Isto é, o peso do eventual eléctrico precedente em sentido oposto mudou a agulha que o sistema automático corrigiu.
Em todo o caso havia sempre uma vareta par permitir ao guarda-freio de o fazer manualmente em caso de avaria. O meu pai chegou a fazê-lo nas Escolas Gerais quando andava na linha 11(anos 50).

Sempre à disposição e com os meus sinceros cumprimentos.
José Gracioso
Sucy en Brie
França
De Bic Laranja a 22 de Novembro de 2010
Agradeço-lhe penhoradamente tudo o que me diz. É precioso.
Registo que a designação de capoeiro-mor possa ter origem popular. Tem a sua lógica mas não me havia ocorrido.
Cuido que conheça o Arquivo Fotográfico da C.M.L., onde uma pesquisa por 'comendadeiras', 'santos-o-novo', etc. possa devolver-lhe muitas memórias.
Cumpts.
De José Gracioso a 22 de Novembro de 2010
Efectivamente já tinha há alguns meses dado uma olhadela no site do Arquivo Municipal.
Lembro-me até já ter visto lá uma foto, voltada para sul e tirada da Quinta dos Peixinhos onde está hoje uma estação-serviço amarelada. Vê-se o barracão do papel que evoquei já.
Esta área foi, depois que um certo França Borges, tivesse enviado os habitantes das barracas para as Quintas da Argolinha, Curraleira e outras, palco de confrontos à pedrada entre miudagem de bairros diferentes, género West Side Story. Com a dita evacuação, apareceu um terreno de futebol improvisado que é hoje o "Operário".

Na sua foto e continuando a rua, o Clube Ferroviário foi a "grande" área comercial sobretudo no ramo de mercearias. "Grande" pelo menos em relação ao que se praticava nos anos 50. Seria mesmo uma das primeiras em Lisboa de tipo auto-serviço.

O que me admira é que a foto seja de 1989.
O muro na parte onde estão duas pessoas depois do carro azul, comportava uma abertura que consistia em duas séries de quatro barras horizontais em betão e um pilar da altura do muro. Esta abertura servia à passagem de águas pluviais e já estava construida creio, pelo menos nos anos 60. Ela não aparece na foto.

Evocando esta abertura no muro, na parte inferior e que se não vê na foto, entre o muro e os telhados, foram construidos dois tanques.
Se me recordo bem, foi construido também um colector sob a via férrea.

Fico reconhecido pelos agradecimentos mas foi um prazer.
A minha infância e um pouco da juventude foram entre a Calçada dos Barbadinhos frente à Junta (domicílio) e as escolas (Botto Machado, na rua do Paraíso, a de Santos-o-Novo, a da rua das Lajes, a Nuno Gonçalves e a Patrício Prazeres).
Eis as razões dos meus conhecimentos desta zona de Lisboa.

Com os meus cordiais cumprimentos.
José Gracioso

Comentar