De Carlos Portugal a 16 de Março de 2011
Caro Amigo Bic:
Em primeiro lugar, estes patifes que querem impor o Censo a toda a Europa, em simultâneo e para uso e abuso de Bruxelas, esqueceram-se que, cá no burgo, têm de o validar na Comissão Nacional de Protecção de Dados. Não o fizeram, e a Comissão disse que a maior parte das perguntas não poderia ser senão facultativa,pois viola flagrantemente a Constituição da República Portuguesa.
Em segundo lugar, a ameaça de coima (os iletrados funcionais que nos desgovernam falam estupidamente em «multa») avultada para quem não responder constitui crime de ameaça e até de tentativa de extorsão, independentemente do que diz o DL nº226/2009, pois vai contra a Constituição e a Lei Geral, que estipula que até um arguido em Tribunal tem o direito LEGAL de NÃO RESPONDER. E o INE não é autoridade de qualquer espécie. Pergunta-se então quem iria «acoimar» o cidadão que vele pelos seus direitos.
Em terceiro lugar, ninguém é obrigado a ter internet. É risível, absurdo, e as broncas nas finanças com as declarações «electrónicas» são de partir o «coco» a rir... O Ti Jaquim de Sarilhos de Cima a ligar-se à Web no seu «Macacães» para declarar o IVA que teve de cobrar com a venda da saca das batatas... está-se mesmo a ver.
Por último, veio o INE a dizer que, como é óbvio, não pode cobrar coimas pela recusa às respostas, ficando no ar a ameaça de que «alguém» as cobrará. Mas a quem, se o pretenso «infractor» não se identificar?
Enfim, tudo isto seria risível se não indiciasse propósitos extremamente graves de violação de privacidade para fins totalmente ilegítimos.
Recomendo a leitura do Blog de Bruno Fehr «Só me Apetece Cobrir!» acerca deste assunto (com reprodução de perguntas do dito «censo» sem senso algum:
http://so-me-apetece-cobrir.blogspot.com/2011/03/census-2011-versus-constituicao-da.html
Cumprimentos.
De Bic Laranja a 17 de Março de 2011
Muito esclarecedor. Obrigado!
De Carlos Portugal a 17 de Março de 2011
De nada, meu Caro Amigo Bic.
Cumprimentos.
De Zephyrus a 17 de Março de 2011
«O olhar de um puto»
http://aeiou.expresso.pt/fotogaleria-o-olhar-de-um-puto-a-rasca-no-protesto=f637938
De Zephyrus a 17 de Março de 2011
Há uma semana ou duas tinham um artigo na revista Única sobre «adições».
De Bic Laranja a 17 de Março de 2011
2 + 2 = 5, por certo.
Cumpts.
De Jacques a 17 de Março de 2011
Boas!
Bem, vamos lá incidir aqui num ponto: Em primeiro lugar a fórmula empreendida na concepção dos censos deste ano sofreu uma mutação acentuada face à última recolha efectuada década atrás.
Isto para dizer o seguinte, de facto o INE alterou as directrizes. O INE! Ora os recenceadores não são mais do que trabalhadores de outras áreas contratados por um tempo muito reduzido e não têm culpa alguma dos métodos empreendidos pelo INE não serem por vezes os mais correctos.
São pessoas que recebem uma determinada formação e têm que se reger por esta. Se nessa mesma formação lhes é imposto que advirtam as pessoas da existência de uma coima (e esta de facto existe: Decreto-Lei nº226/2009 Artigo 25º (de 14 de Setembro), então a culpa não é "dessa espécie de gente recrutada".
Mais: Nestas mesmas formações, procura-se difundir o uso das novas tecnologias e incentivar as pessoas a recorrerem ao uso da Internet. NÃO É naturalmente obrigatório porque nem toda a gente a tem! As juntas de freguesia locais disponibilizam ainda para o efeito computador e Internet... para quem não quer de facto usar a Internet para o serviço do Estado. No entanto reitero: É DE USO FACULTATIVO.
O preenchimento dos inquéritos NÃO! Estes são entregues ao representante de cada família e deverão ser preenchidos por estes e não pelos recenceadores. Via papel ou via Internet as informações devem ser recolhidas e isso é em última instância o que interessa.
Que os métodos empregues são maus, toda a gente poderá classificar e criticar e dizer o que bem entender.
Que os recenceadores são maus, em termos de abordagem ou em qualquer outra vertente do trabalho por ESTES efectuado TAMBÉM é válido.
Agora insinuar que essa mesma "ESPÉCIE DE GENTE" é a culpada do modo como tem que fazer a recolha dos censos, QUANDO É forçosamente obrigada a isso, então já estamos a fugir em muito a uma conduta minimamente racional.
Por último, cumpre-me dizer que sei isto tudo obviamente não por curiosidade, mas porque apesar de não ter efectuado no terreno as ditas recolhas, recebi formação para tal. Nesse sentido, melhor do que ninguém sei aquilo que vi e ouvi.
Concordo que algumas inovações (ou tentativas de) só servem para piorar e complicar as coisas, mas a descarregar isso que seja no sítio correcto: no INE! Não custa nada redigir um mail a reclamar para lá.
Em relação aos censos em si, a necessidade destes já varia consoante as noções de cada cidadão e como tal são passíveis de debate. Logicamente. Mas realmente também não custa muito pensar se estes fazem falta ou não ao país.
É verdade que temos um país cheio de problemas. Mas se as pessoas só sabem reclamar e colocar o próprio umbigo à frente de tudo, mesmo de coisas mínimas então não vamos longe mesmo. Para quem não tem consciência, posso ainda dizer que estes censos custam rios de dinheiro ao Estado, logo vão sair do bolso do contribuinte. É mau pagar uma coisa e depois impor entraves ao sucesso da mesma. E se os colocam então é porque alguma coisa vai mal com os tais deveres cívicos.
De Carlos Portugal a 17 de Março de 2011
Caro Jacques:
Sou engenheiro de sistemas há muitos anos, e trabalhei em aplicações estatísticas para o aparelho de estado por diversas vezes. Mas, se o anterior censo já era abusivo e flagrantemente violador dos direitos e garantias dos cidadãos consagrados na Constituição da República Portuguesa - e por isso muitos advogados e magistrados preencheram com «viola o Artº Tal, alínea Tal da CRP ou do CC» nas perguntas abusivas - este é perfeitamente inqualificável e denota intenções criminosas a vários níveis - não só deste desgoverno como do da abominável UE. E a existência de coima para quem não responder viola de tal forma a Constituição e o Código Civil que, para além de ser ferida de nulidade, constitui CRIME DE AMEAÇA aos cidadãos.
Neste contexto, é um DEVER patriótico o de NÃO COLABORAR quer com o INE, quer com o governo, e muito menos ainda com a UE. Pois temos esse DIREITO!
Por último, quanto à fantochada das «novas tecnologias» (que nem sequer são novas, pois os nazis já usaram computadores electromecânicos (google «Konrad Zuze», por ex.) nos seus censos dos finais da década de 1930, e usaram-nos mais tarde para controlar os sistemas de alerta de radar, em 1944-1945, e para projecto dos seus caças a jacto), elas são apenas uma ferramenta, e não um fim, podendo contribuir ou não para facilitar a vida às pessoas. E, se são usadas para o controlo das populações, como parece ser o caso, então são uma ameaça a ser combatida. E, francamente, os chavões do «progresso» e da «tecnologia», tão caro aos políticos da treta que temos, só impressionam os novos-ricos ou os analfabetos funcionais!
Garanto-lhe que os meus quase quarenta anos de experiência no ramo da Informática escudaram-me para sempre de ilusões de uma tecnologia miraculosa e imparável...
Cumprimentos.
De Carlos Portugal a 17 de Março de 2011
Uma última coisa, Caro Jacques:
O meu amigo escreveu «É mau pagar uma coisa e depois impor entraves ao sucesso da mesma. E se os colocam então é porque alguma coisa vai mal com os tais deveres cívicos.» Pois é, mas não fomos nós, cidadãos, que o encomendámos - impuseram-no a nós tipo «come e cala» e paga!
E que «deveres cívicos» teremos nós para com um poder político/executivo que há muito que não é pessoa de bem e que se declarou inimigo público da população portuguesa?
Compreender-se-ia um censo sério, mas não esta aberração, que tem intenções evidentes extremamente graves para a cidadania.
Cumprimentos.
Muito bem. Cá fica então o arrolamento das suas razões para juntar ao censo, mais o que notoriamente o motiva: o desagravo da "espécie de gente [...] forçosamente obrigada" (passe o pleonasmo ou a força do Governo) a recensear-me. Sublinho o pronome por causa do umbigo, bem vê...
Cumpts
De Jacques a 17 de Março de 2011
O que escrevi ia na sequência do que havia redigido imediatamente acima!
Mas ainda existem dúvidas de que os censos são indispensáveis ao conhecimento da realidade do nosso país? Quanto mais não seja em termos numéricos e estatísticos! Se o fazemos desde 1527 e sistematicamente desde 1911 é porque são necessários!
Ainda existem dúvidas quanto a isso? Teria cabimento o Estado gastar tanto dinheiro nisto se não o fosse?
Comer e calar? As pessoas têm direitos mas também têm os seus deveres! E é um dever responder aos censos, sempre o foi! Não compreendo essa dita "aberração"... se te referes à Internet menos sentido o faz... esta foi criada para facultar uma nova opção de resposta ao cidadão... FACULTAR! Não é obrigatório!
Mais: NÃO SABER separar ESTADO de GOVERNO é altamente gravissimo! Estado sempre existiu e sempre existirá, não cedessemos nós à anarquia. Governo sim, vem e vai e os que são maus devem cair.
Os censos realizam-se independentemente desse dito governo. São uma ferramenta útil ao funcionamento do Estado e sempre foram pagos pelos contribuintes. NUNCA EXISTIRAM CENSOS GRATUITOS.
O governo pode não ser sério, mas isso não implica que os censos também não sejam sérios.
Não me parece aberração perguntar se o lixo é devidamente recolhido, se a casa tem uma estrutura capaz de resistir aos sismos ou quantos elementos habitam dentro de uma casa e qual o estado do telhado desta.
Perder 10 minutos a responder a isto é grave? aberrante? O que é que mudou afinal?
"Não saber separar Estado de Governo é altamente gravissimo!"
É sim senhor. Mas é carapuça serve bem é ao Governo. E ao Estado...
Cumpts.
De Carlos Portugal a 17 de Março de 2011
Caro Jacques:
É claro que os censos são importantes, principalmente como meio de informação do poder executivo e legislativo. Mas, como tudo, são uma espada de dois gumes para o cidadão, dependendo de quem administra esse poder. E sei perfeitissimamente bem a diferença entre estado e governo - diferença essa que os actuais salafrados que detêm o poder político parecem ignorar - assim como ignoram o principio de separação dos poderes, enunciado por Montesquieu. E eu nunca os confundi, repare.
O facto da sistematização dos censos após 1911 é sintomática - no mau sentido. O que está errado - erradíssimo - neste censo é certo tipo de perguntas, já reprovadas pela CNPD, que deixam entrever propósitos muito pouco claros, e o facto de ele ser elaborado não por Portugal, mas por essa aberração não referendada chamada União Europeia (ou deveria dizer «União das Repúblicas Socialistas Europeias»?), e imposto por ela.
E a história das «novas tecnologias» foi por mim citada porque o poder político (atente no que eu escrevo) as anda a alardear aos sete ventos e a impor bacocamente como OBRIGATÓRIA para muitos actos oficiais - declaração do IVA, por exemplo.
Quanto a bons e maus, de que fala, infelizmente parece-me bem que os maus se infiltraram por todo o lado, muito longe do castigo devido, numa claríssima inversão de valores.
E perder 10 minutos, como diz, para preencher informação acerca de mim e dos meus, a ser facultada a energúmenos que estão a agir de muita má fé, nem pensar!
E custa-me que o meu amigo ainda defenda o indefensável.
Cumprimentos
De Jacques a 17 de Março de 2011
O Governo é só mais uma entre as várias Instituições que formulam o Estado.
O próprio povo português é parte integrante e a mais importante desse mesmo Estado. É quem coloca governos no poder, é quem dá a carne para os Tribunais, para o funcionalismo público, para as próprias Forças Armadas trabalharem.
Serve muito bem a carapuça do estado das coisas ao Governo? Serve! Mas a tudo o resto também. É anedótico culpar apenas o bando de corruptos que ocupa o poder actualmente quando estes reflectem cabalmente a sociedade de cunhocracia em que vivemos.
Agora, os censos nada têm que ver com o Governo em termos de matriz. Dizem respeito ao Estado (o que inclui obviamente o Governo entre um dos receptores primários da informação recolhida - mas não o único).
As coisas devem ser reivindicadas e defendidas nos sitios apropriados. Fazê-lo nos censos é fugir ao contexto e lesar-nos a nós próprios. Como disse, eles são uma espada de dois gumes.
Quanto ao inquérito em si... tenho-o na mão e não observo nada que viole o que quer que seja.
Nome.
Naturalidade.
Nacionalidade.
Estado Civil.
Problemas de saúde.
Alfabetismo.
Escolaridade.
Meio de transporte para o trabalho.
Principal fonte de rendimento dos últimos 12 meses.
Profissão.
Número de horas de trabalho por semana.
Número de elementos a habitar no alojamento e relação de parentesco entre os mesmos.
Condições da habitação.
Religião.
Nota: Alguns destes pontos são inclusive, de resposta facultativa!
E pronto, estão resumidos os pontos desse inquérito deveras aberrante.
Eu não defendo o indefensável, defendo sim a sensatez.
De Carlos Portugal a 17 de Março de 2011
Caro Jacques:
Escreveu: «não observo nada que viole o que quer que seja». Ora bem, na lista que apontou há uma série de questões que violam a Constituição, por isso, à posteriori, foram consideradas eufemisticamente como «facultativas» (depois do «puxão de orelhas» da CNPD):
- Problemas de saúde (se não vislumbra o mau uso que isto possa ter, lamento!)
- Meio de transporte para o trabalho - é comigo.
- Principal fonte de rendimento nos últimos 12 meses - perguntem às finanças.
- Número de horas de trabalho por semana - também é comigo (e possivelmente com o Tr. de Trabalho, se a entidade patronal violar o CT)
- Condições da habitação - também é comigo.
- Religião - é comigo e com Deus.
Tudo o resto que diz acerca do Estado é muito certo num Estado de Direito, que não é o que o aparelho de estado português é depois de tomado de assalto pelo poder político.
Repare, estou-me a referir não a teorias completamente ultrapassadas pelos acontecimentos (e não sei se alguma vez foram válidas para além do conceito), mas a um status quo real, existente. Depois do 25/4, o aparelho de Estado foi tomado de assalto por uma corja de canalhas que o transformaram numa coutada sua, e a população como «recursos humanos» e «fonte de rendimento», não do Estado propriamente dito mas dela própria e dos lobbies que representam. E a falácia «democrática» há muito que foi denunciada como uma fraude gigantesca: há 2500 anos, com Platão...
E é assim, meu Caro. não tente convencer com conceitos no presente absurdos. Neste momento, o poder executivo/político, está a ultimar a destruição inédita do poder Judicial (tenho familiares magistrados judiciais e do MP, sabe), depois de dominar por completo o poder Legislativo, e de o ter transformado num instrumento da sua auto-preservação, assim como para legalizar o esbulho que tem feito da coisa pública.
Assim, quando o poder executivo - seja de que partido for - se torna inimigo do próprio estado de direito e do País que este deveria regular - basta a adesão e aceitação das directivas comunitárias para constituir crime de atentado contra a soberania (se não acredita, consulte o Código Penal) - então todos os instrumentos que lhes possamos dar serão eventualmente usados contra nós, cidadãos. Assim, o censo - que, repito, nem sequer é do INE, mas da UE, à qual não reconheço qualquer autoridade sobre mim, os meus ou o meu País - que seria útil numa governação de boa-fé, num aparelho de estado não corrompido, é um perigo nas mãos destes energúmenos.
Aplicarei sentido semelhante ao estipulado pela Convenção de Genebra para militares (fui oficial do Exército português): fornecer apenas nome, número, posto e unidade.
Pela Pátria darei a minha vida, mas por canalhas destes, até um segundo é demais.
Cumprimentos.
Meu caro senhor. No actual estado de coisas o Estado é a administração pública e esta é o braço do Governo. Tudo o mais é retórica. A prova é a coacção que o Governo faz à nação para uma coisa que, com seriedade e sem abusos, o mero bom senso ditaria que fosse pacífica. De resto vossemecê chega lá por si no modo como adjectiva o Governo. Apenas inverte os termos quando conclui que o mau governo brota da má nação. Como disse Fernão Lopes, o fraco rei faz fraca a forte gente; é, pois, o mau povo (ou a má sociedade como prefere pôr) que decorre do mau governo visto que o exemplo deve (mais um dever, veja! - e veja a quem calha) vir de cima.
Sobre o senso e sobre o censo, cuido que não merece a pena dizer mais.
Cumpts.
De Carlos Portugal a 17 de Março de 2011
Exactamente, meu caro Bic!
Acho que já perdi muito latim com quem não quer perceber, ou está a usar de falsa ingenuidade para tentar fazer passar a propaganda com que se engodam as gentes.
Cuido também que não vale a pena dizer mais nada sobre este censo muito, muito mal cheiroso!
E peço-lhe desculpa por ter usado este espaço para resposta a comentários do sistema.
Cumprimentos.
Ora essa. Justificava-se.
Cumpts.
De Jacques a 17 de Março de 2011
É o que eu digo, viva ao umbigo! LOL
Só vou dar este exemplo: condições de habitação... É COM TODOS!
Se o telhado da casa cai e decapita alguém como é? Já para não falar de uma derrocada!
As condições são importantes sim!
E a correlação entre estes vectores também! Se existe uma pessoa no prédio incapaz de andar, esse prédio tem de ter rampas e condições para facilitar a vivência dessa pessoa!
De Carlos Portugal a 17 de Março de 2011
Volto a dizer: são dados importantes num Estado de Direito com governantes de boa-fé, mas extremamente perigosos nas mãos da cleptocracia selvagem e terceiro-mundista que se instalou em Portugal.
Quanto ao telhado, às rampas para inválidos (recuso a moda de dizer «deficientes»), não serão decerto os ladrões da coisa pública que as irão financiar, e os seguros altíssimos que pagamos servem para acidentes pessoais. E se houver um terramoto, como é? As estatísticas servem-lhe para alguma coisa? Nem sequer temos tiranos iluminados como Sebastião José de Carvalho e Melo! Apenas tiranetes e larápios de opereta...
O poder político declarou guerra à própria população. É nosso dever defendermo-nos, e não irmos no rebanho para o redil. A minha família é anterior à Nacionalidade, com raízes na Casa de Borgonha. Estamos habituados a pensar por nós próprios, e a agir com Honra e para o Bem comum. Mas por isso mesmo distinguimos quando uma coisa é para esse bem comum ou é exactamente o contrário. Um censo pode ser muito útil para o bom governo de uma Nação ou pode ser usado como instrumento de controlo por uma tirania. E as perguntas deste (não só as que citou, evidentemente) e a sua origem comunitária, levam-me a considerar a última hipótese.
Isto não é «olhar para o umbigo», mas precisamente o contrário. Aqueles que o Jacques defende estão habituados a que ninguém reaja, a que sejam todos cordeiros e «law-abiding citizens», por comodismo, para evitarem problemas. Pois bem, ainda há Portugueses que não estão a olhar para o umbigo e reagem contra este travestismo de democracia.
E, com «democracias» assim, quem precisa de ditaduras?
Cumprimentos
De Jacques a 17 de Março de 2011
A mim sabe-me bem conhecer o meu país, admito.
Quantos analfabetos existem e quantos têm uma formação já assente no ensino superior.
Quantos edifícios temos capazes de aguentar um sismo e se na lógica de construção dos edifícios aprendemos a ser mais humanos ou não.
Gosto de saber quantos portugueses somos afinal e quantos vivem afinal no Minho ou no Algarve.
Tudo isto e muito mais eu considero importante e mais, considero que a importância dos censos deve ser salvaguardada de qualquer tipo de batalha política.
É importante para a própria identificação nacional.
Se temos governos assim assim, maus, péssimos ou mesmo aspirantes a tiranos, a luta faz-se na rua, faz-se a discutir nos campos adequados e devidamente contextualizados.
Há campos que devem permanecer onde estão: em campo neutro. E não pactuo com a descaracterização da nossa pátria em benefício de qualquer tipo de luta partidária quando existem outros campos para o fazer.
De qualquer forma, isto já são campos de opinião pessoal.
A minha intervenção foi efectuada apenas num e único sentido: temos mais de 11% de desemprego e é válido a esses desempregados ganharem uns trocos contribuindo ao mesmo tempo para o bem comum. "Essa espécie de gente" como aqui foi dito, pode mesmo precisar do trabalho e se são seleccionados para o mesmo é porque têm qualificação para o fazer... Agora, não é culpa destas pessoas terem de seguir os trâmites emanados pelo INE.
Se são pagos para dizer e fazer X, então é quem emanou as directrizes do dizer X que deve receber as reclamações e não quem está no terreno.
Cumps.
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