26 comentários:
De VSC a 25 de Março de 2011
A ponderação estará no aceitá-lo, que é que o que faz?
Quando é que em Portugal se saberá escapar à sedução de decretos, leis e tratados como panaceia dos nossos males? Ademais, acordos que modificam em vez de se limitarem a consagrar usos?
O inglês não teve «acordos» e o castelhano têm-nos sensatos e breves e são dois idiomas pujantes.
O acordo de 1990, que nos impõe a ortografia brasileira é uma monstruosidade fútil.
De Bic Laranja a 25 de Março de 2011
A ponderação está no estilo do António Viriato.
O que diz também é ponderado e cheio de razão.
Cumpts.
De Jósé Leite a 25 de Março de 2011
Tenho lido atentamente todos os seus comentários acerca do desastroso acordo ortográfico.
Como sempre na nossa provinciana humildade "amochamos" aos "grandes"(?).
Grandes decerto em muitos aspectos, mas na língua portuguesa....
Vivi uns anos no Brasil, e calculo que o meu caro "Bic Laranja", ficaria atónito se em qualquer lugar, num simples diálogo ou compras de supermercado, muitas vezes lhe dissessem e perguntassem: "Não te estou entendendo..." "é Espanhol?...Argentino?" ....
Quando respondia com uma pergunta "que língua você está falando?" .... imagine o diálogo seguinte.
Creio que este acordo ortográfico, apesar de não vir ajudar em muito que eles nos entendam verbalmente, em escrita sim acredito. Só que nós sairemos a perder.
Já agora conto um episódio:
A Secretaria de Estado do Turismo de Minas Gerais, por intermédio de uma agência de publicidade, pediu os meus serviços de tradutor, tanto oral como escrito, para um documentário publicitário turístico de Minas Gerais..... para português. Talvez no intuito de reduzir o défice das contas públicas brasileiras, tivessem apelado (ou diplomáticamente obrigado) para os "portugas" reverem o seu português, para que lhes fosse mais fácil nos entenderem, e não terem de gastar dinheiro em traduções (!!!).....espertos.

Cumprimentos

José Leite
De Bic Laranja a 25 de Março de 2011
O amochar é fruto da gente, pequena, pequenininha, misérrima, que nos governa. Com outra gente isto não era assim.
O que conta dos trópicos é mal de ouvido. As línguas aprendem-se todas de ouvido. Todas. A começar pela nossa. Da única vez que estive no Brasil não vi dificuldade nenhuma para entender portugueses e até vi esforço dos indígenas em aplicá-la como na matriz; éramos 99% da clientela do lugar e adjacências, já vê!...
Esta coisa de se louvar o sotaque em desprimor da matriz é uma afronta que só uma estupidez cobarde pode aceitar. Sabemos todos que lá nos sertões tropicais soa um 'português' tão caipira, tâo caipira, que não haverá carioca que o entenda. E no entanto só os portugueses é que soam ininteligíveis. Para que conste, portugueses de boa catadura não aceitam desaforos assim. E ainda sobramos muitos, honradamente.
Cumpts.
De VSC a 25 de Março de 2011
A ideia de "simplificação" ou "racionalização" da ortografia é hoje, creio, uma ideia ultrapassada para além do que sejam meros ajustes, como fazem os países do castelhano. Em França, por exemoplo, há uma história das reformas ortográficas e outro, muito diferente, da sua aplicação e um leitor comum não notará a diferença entre o francês de há 100 anos e o de hoje. Entre a teoria e a prática esteve o bom senso e a noção da responsabilidade que faltou a Portugal Ainda há tempos, da última vez que se lembraram da reformas, houve inquéritos e a maioria dos franceses considerou ser um charme adicional a dificuldade do francês e tudo ficou na mesma (de notar, que não era nada de comparável com o verdadeiro crime cultural que se começa a executar aqui)... Mas, esse charme - que em português nem sequer é conseguido à custa de dificuldadades, será -porque quero crer que será - também um ganho, mesmo em relação ao Brasil.
De Bic Laranja a 31 de Março de 2011
A escrita não é para ser simples. Nunca foi. Nem o correcto exercício das letras é para analfabetos. Perdendo-se esta noção elementar caímos no logro. A prova é que ingleses e franceses, que nunca desprezaram as etimologias, há séculos que geram menos analfabetos que Portugal, Espanha ou Itália. Em Portugal, hoje, e apesar de tanta simplificação, continua a grassar o mais boçal analfabetismo; chamam-lhe "iliteracia" (anglicismo que é como um ferrete de "imbecil analfabeto" para quem o profere) e passa por se aplicar a quem saiba juntar letras e dizer palavras mas que é incapaz de lhes apreender o sentido. Ora o que é alguém que não entende as palavras senão um analfabeto? E os que falam em "iliteracia" em vez de analfabetismo também não sabem o que dizem, pois claro.
Cumpts.
De VSC a 31 de Março de 2011
Abomino e odeio palavras produzidas em comissão. No entanto, se definirmos analfabeto como aquele que não sabe ler, forçoso - ou pelo menos aconselhável -será encontrar uma palavra que designe aqueles de poucas letras, mas que lêem. Iletrado, nessa acepção de gente que domina mal a escrita e tem dificuldades em determinar o sentido do que lê, existe em português; o anglicismo latino para designar esse estadio, illeteracy parece-me um bom achado.
Geralmente os ingleses criam bem a partir do latim, ou não fosse a Grã-Bretanha um dos países do mundo onde as línguas e culturas clássicas são objecto de estudo muito sérios que nada fica a dever aos países latinos, podendo-se dizer que ultrapassa em muito a França.
De Bic Laranja a 5 de Abril de 2011
Iletrado é de uso mais antigo no português e tirado directamente do Latim, ao que sei; iliteracia é neologismo. Dispensável em toda a linha a não ser por rodriguinhos em, como diz, comissão. E o termo inglês sempre se via vertido para analfabetismo antes da moda ser transliterar em vez de traduzir.
No mais não é o mérito dos ingleses que questiono mas o demérito nosso. Tínhamos obrigação de mais rigor, de mais a mais quando a última flor do Lácio é connosco e não com os bárbaros.
Cumpts.
De José Leite a 25 de Março de 2011
Já me esquecia...
Queria aproveitar a oportunidade para o felicitar pelo seu excelente blogue, que sigo já há bastante tempo.

Cumprimentos

José Leite
De Bic Laranja a 25 de Março de 2011
Gentileza sua. Muito obrigado.
De João Afonso Machado a 26 de Março de 2011
Mas alguém pode obrigar alguém a escrever «á brasileira»?
Eu vou morrer a redigir em português.
A miudagem... em inglês, possivelmente...
Cumprimentos
De Costa a 31 de Março de 2011
A miudagem? A miudagem, com escassas excepções, não sabe - porque não foi ensinada e porque não quer, não quer e pode não querer, aprender - escrever português e dele verbaliza pouco mais do que alguns monossílabos.

Do inglês conhecerá um vocabulário mínimo que utiliza numa espécie de novilíngua embrutecedora, mista do pior de ambas as línguas, e que recolhe da "música" para lá de decadente com que cuida empenhadamente de ensurdecer. Dessa música e das inscrições nos escarros com que, em bandos, impunemente violenta paredes e paisagem.

Sejamos realistas. Não há esperança para isto. É questão de três ou quatro gerações, se tanto.

Saudações,
Costa
De Bic Laranja a 31 de Março de 2011
E pronto! A resposta está dada.
Cumpts. a ambos.
De PALAVROSSAVRVS REX a 26 de Março de 2011
Meu caro, os socialistas não descansaram enquanto não nos meteram num PEC de Forças Ortográfico.
De Bic Laranja a 31 de Março de 2011
Dessa seita não metem já é o rabinho entre as pernas. Mas o mal está feito. Nem sei se há forma de compor o estrago.
Cumpts.
De Paulo Cunha Porto a 26 de Março de 2011
Meu Caro Bic,
vou, a propósito, e pela precursora como derradeira vez, usar o estribilho da moda, a respeito:
Infelizmente, neste trigo e neste joio, as PENEIRAS dos (ir)responsáveis pelo acordo fazem parte do problema, não da solução.
Abraço e ao António Viriato
De Bic Laranja a 31 de Março de 2011
Peneiras, sim. Peneiras são cagança. Naturalmente o resultado é cágado sem acento. O problema nem é tanto não haver aí um autoclismo diluviano que lave tanta trampa. O problema é realmente a falta de Shelltox.
Cumpts.
De tron a 28 de Março de 2011
Por acaso pensaram em fazer um acordo ortográfico ao espanhol ou ao inglês que o suposto Engenheiro Pinto de Sousa fala e se lembrou de nos impor um mixórdia de português com toques brasileiros que ninguém percebe nada ao final das contas ?
Eu no meu vestuto recanto do sapo.blogs não ponho português abortado, tenho causas que me preocupam do que ser urso ou papagaio e abortar a minha cultura
De Zephyrus a 31 de Março de 2011
Uma pérola:

«A Antártica e Greenland estão a perder cada vez mais gelo nos últimos 20 anos e isso vai fazer com que o nível dos oceanos aumente.»

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1801918&seccao=Biosfera
De tron a 31 de Março de 2011
o homem quis ser culto mas acabou sendo uma grande besta quadrada e o nome "greenland" (Terra Verde) vem do dinamarquês e noruguês arcaico também chmado de norse Grønland e os ingleses depressa, como língua germânica que são tal como o norse e o dinamarquês adpataram o nome original a sua língua, mas o mais correcto seria a transliteração do norse para português que que daria Gronelândia.
No entanto há uma pérola do Económico de hoje que dá para rir....

http://economico.sapo.pt/noticias/opway-constroi-nova-sede-da-pj-em-lisboa_114862.html
De Zephyrus a 31 de Março de 2011
O melhor mesmo é deixar de ler imprensa portuguesa, e qualquer dia terei de o fazer. Já pensei também fazer uma lista de todos os livros de literatura portuguesa (literatura e não tentativas) que não tenho, para os adquirir antes que as livrarias sejam invadidas pelo aborto ortográfico. Se não me prevenir, de tanto ler porcaria qualquer dia ainda acabo por não saber escrever correctamente a nossa língua materna.
De tron a 31 de Março de 2011
bem então lhe recomendo as feiras de livro feitas em interfaces de comboio/metro de Lisboa, onde ainda são vendidos livros antes aborto ortográfico ou então as livrarias do chiado ou em último caso os alfarrobistas da zona da misericórdia
De Bic Laranja a 31 de Março de 2011
É manter-se firme, caro Tron. Havíamos de ser todos assim.
Cumpts.

Pois, caro Zéphiro, devem querer dizer Antárctida e Gronelândia mas, ou o frio lhes tolhe os miolos, ou o degelo os faz meter água. Nada que a antiga 4ª classe não resolvesse.
Cumpts.
De tron a 31 de Março de 2011
amigo bic soube pela imprensa que uma colega de hospital que precisa de um remédio hospitalar que está esgotado e eu fiquei a ferver, ver uma criança a morrer quando teve um transplante de medula mas devido aos cavalos que estão no poder pode vir a morrer e casos como estes me preocupam mais do que as bestas do aborto ortográfico, a pior delas parece que vai para o olho da rua...
De António Viriato a 1 de Abril de 2011

Caro Amigo,

Agradeço as suas palavras e a divulgação do artigo.

Cada um faz o que pode, mas é sempre pouco para repor algum senso na cabeça das nossas falsas elites.

Precisaríamos de mandar tudo outra vez para a Escola, para aprenderem bem aquilo que dizem ter estudado, sem nada de significativo terem aprendido, ainda que exibam canudos, diplomas ou cartas de curso.

Seguramente mais de metade das ditas Universidades e Institutos Politécnicos desvirtuados deveriam ser encerrados; os exames - eliminatórios, obviamente - deveriam ser reintroduzidos, logo desde a Primária, com Programas bem definidos, estabilizados para períodos de 5 ou 6 anos; a elaboração de livros escolares entregue a equipas de Professores competentes, com responsabilidades atribuídas, mas devidamente avaliadas, sem imunidades de nenhuma espécie;autoridade dos Professores na Escola clarificada e reforçada; alunos punidos com celeridade, por faltas graves de comportamento;reintrodução da noção de disciplina, civismo, solidariedade, cooperação e respeito da autoridade legitimamente exercida no interior da Escola, etc, etc.

Tudo isto parece hoje quimérico e, nesta visão, neste sentimento de frustração cabe todo o nosso desespero, toda a nossa mágoa de Nação falhada, muito mais do que esta ou aquela geração aparentemente sem futuro ou com futuro sombrio.

Como sair deste denso nevoeiro que nos impede de ver o horizonte ?

Um abraço.
De Bic Laranja a 2 de Abril de 2011
De feito aqui está a receita. Mas o remédio é só à bolonhesa, pois...
Cumpts.

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