17 comentários:
De [s.n.] a 14 de Agosto de 2011
Há qualquer coisa de muito estranho na semântica de pelo menos dois jornalistas da SIC. A menina d'olhos-arregalados-com-ar-de-sono-e-voz-diluída-nas-profundezas Ana Lourenço e o 'precioso' senhor Mário Crespo (porque cheio de preciosismos, mais trejeitos esquisitos e expressões faciais estranhíssimas, a pretender demonstrar que é muito dotado e um 'intelectual' de primeira plana, convencido que é o melhor jornalista da estação, tem um discurso impossível de suportar mais do que cinco minutos), têm a pretensão de que se exprimem primorosamente. Pois fiquem sabendo que não param de repetir uma calinada verbal que brada aos Céus. E isto, há tempos infinitos.
Porque é que estas duas personagens (e parece-me que as únicas) agradecem a presença dos seus convidados da seguinte maneira: "agradeço que tenha 'aceitado' o convite..." ou "... que tenha 'aceitado' vir ao programa...", etc.

Estes 'meninos' não sabem conjugar os tempos do verbo ACEITAR nem o que cada um deles significa. E menos ainda sabem que existe o Presente do Conjuntivo deste verbo e porque o não conhecem também não podem verbalizá-lo, naturalmente. Como tal é-lhes impossível introduzi-lo nos devidos tempo e pessoa, ao construir, no caso oralmente, uma proposição. Pois então aqui vão os respectivos tempo e pessoas do dito verbo para decorarem nas horas vagas. Far-lhes-á um mar de bem (como diriam nuestros hermanos):

Que eu aceite/ que tu aceites/ que ele aceite/ que nós aceitemos/ que vós aceitais/ que eles aceitem.

Posto isto, revejam o vosso léxico (procurem uma gramática, mas anterior ao 25/4, por favor) e especialmente como construir uma proposição correctamente, porque são inadmissíveis erros sintácticos e outros mais, proferidos por locutores e jornalistas que são ouvidos por milhões de pessoas. Pessoas que aprendem a nossa língua através da televisão, dentre vários outros meios de comunicação escrita e falada. Não se esqueçam deste pormenor, por favor.
Maria

Obs.: O "ora seja"* frequente do sr. Crespo também não é uma semasiologia especialmente adequada aos dias que correm. Com efeito, até acho que nunca foi. Excepto talvez em Moçambique ou na África do Sul, por ele andou muitos anos. Mas nós estamos em Portugal.

*Não será pròpriamente um erro semasiológico, mas é certamente um pouco possidónio.

Nota: A festa da não conjugação do verbo principal nas proposições, verificada em todos os canais e pela quase totalidade das pessoas que neles bota discurso, continua em beleza e 'recomenda-se'... Este crime de lesa-língua prossegue impante sem que as bestas quadradas (desculpem o plebeísmo) que lhe estão na origem, retrocedam nos procedimentos, façam mea-culpa e corrijam, alterando, os respectivos programas escolares (anulando por completo os execráveis TLEBS) para que, pelo menos os alunos de hoje, começando pelas crianças nos primeiros anos de escolaridade, tenham melhor sorte e um futuro mais promissor, fruto de mais e melhores conhecimentos de base e, por extensão, mais respeito pela língua materna - a ser-lhes incutido desde a infância - do que os agora adultos que aprenderam e não por culpa sua, um português miserável, cheio de indesculpáveis erros e inqualificáveis omissões, depois do 25/4. Consequência, como não poderia deixar de ser, da tão propalada quão destrutiva modernidade.
De Bic Laranja a 15 de Agosto de 2011
A sua preocupação com o conjuntivo é pertinente. Como o modo dá o locutor como encarando um facto como incerto ou inexistente, os srs. jornalistas fogem-lhe porque o seu trabalho é (seria) noticiar factos acontecidos, não mexeriquices (ou porque o não saibam utilizar, claro). E no entanto a mania de jamais se comprometererm (quando sabemos que são todos mais ou menos alinhados) dá em que os trejeitos da sua linguagem sejam tais que passamos o tempo a ouvir-lhes que fulano «ontem terá dito» (ou «teria dito» se fossem mais correctos), que mais não exprime do que possibilidade e não factos realmente sucedidos. Mexericos, por conseguinte, não notícias.
O modo conjuntivo, portanto, melhor é esquecer... - Aliás, toda a Gramática há muito que anda, como diz, fustigada a pontapé . Assim o merecem, por indecente e má figura, os que a maltratam.
O Crespo é precisoso, sim (rico termo). É toleirão e não se enxerga. Na maioria dos casos os seus entrevistados mereciam realmente ser ouvidos e as interrupções vaidosas do Crespo são, ou manteiguice despropositada, ou rematada estupidez. A Ana Lourenço, porém, não lhe copia o modelo.
Cumpts.
De Bic Laranja a 16 de Agosto de 2011
Leia-se a segunda frase assim: «Sendo que o modo conjuntivo dá o locutor encarando um facto como incerto ou inexistente, os srs. jornalistas fogem-lhe, &c.»
Cumpts.

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