« O Pátio das Águias ficava mesmo em frente ao cimo da Alameda D. Afonso Henriques. Havia um chafariz ao lado da entrada. A familia mais conhecida do Pátio das Águias era a dos jornaleiros. Não me lembro dos nomes dos pais (talvez o "Foge ao Vento") mas conheci os irmãos todos: o Manecas, o Adelino (o Lina dos juniores do Benfica) o Cabena, o Príncipe (que teve um café na Rua Capitão Roby) e o Totina (meu afilhado de casamento). Outra família conhecida eram os Chitas. Gente famosa como o Calé e o Mário Reis, excelentes jogadores de futebol. O Pesca (o Cruz do Benfica campeão europeu) também parava no Pátio das Águias, mas salvo erro morava na Rua do Garrido. A sede do Águias do Alto do Pina era na taberna, no prédio da Rua Barão de Sabrosa de gaveto com a Alameda. O Ricardo Ferraz, treinador de boxe do Sporting também era do Pátio das Águias, assim como os irmãos Paz que jogaram no Belenenses.»
Adriano Rui Ribeiro (2/9/2011), em resposta a Attenti Al Gatti (1/9/2011) na Quinta das Olaias.
Rua Barão de Sabrosa, Lisboa, 1964.
Augusto de Jesus Fernandes, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
Há-de ter sido o dito pátio das Águias nestas casas do tipo de vila operária ou, nas que lhe ficavam traseiras, com entrada pela Calçada da Ladeira diante da embocadura da primitiva Rua do Garrido? No «Projecto de Prolongamento da Alameda D. Afonso Henriques entre as Ruas Carvalho Araújo e Barão de Sabrosa», uma planta geral mostra o casario deste lugar disposto em torno dum tanque ou chafariz (o tal chafariz ao lado da entrada sr. Adriano Rui?). O nome «Pátio das Águias» não vem assinalado nas plantas, nem referências expressas a si achei na documentação que consultei. Lembro-me, porém, dalgures aí haver uma Quinta das Águias...
Projecto de prolongamento da Alameda D. Afonso Henriques entre as ruas Carvalho Araújo e Barão de Sabrosa, 1937, mapa 12.
João Paulo Oliveira et al., C.M.L./A.A.C, CMLSB/UROB-PU/10/012.
Rua Barão de Sabrosa é designação moderna dada à azinhaga do Alto do Pina por deliberação da câmara municipal em 25/11/1892; em tempos mais rurais foi esta serventia chamada simplesmente azinhaga do Pina (cf. Filipe Folque, Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, C.M.L., 1856-58, mapa 7). Estendiam-se estas casas que davam aqui frente para a Rua Barão de Sabrosa além do prédio moderno que se lá vê (actual n.º 157). O varandim ao cimo das escadas que dão serventia às casas é (foi) marca viva da cota da velha azinhaga do Alto do Pina; o alinhamento e o alargamento da rua primitiva deu o desnível; há por certo outros casos pela cidade. Tal como pátios ou vilas operárias as há ainda hoje ao longo desta serventia, a saber: a vila Musgueira, no n.º 65, a vila Alegre, no n.º 101-A, e a vila Marques, no 110-112.
Rua Barão de Sabrosa, Lisboa, 1964.
Augusto de Jesus Fernandes, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
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