Lamenta-se (com razão) na Lisboa S.O.S. a demolição há poucos anos dum chalet do risco de Raul Lino. Era no quarteirão entre a Estrada de Benfica e o último troço da António Augusto de Aguar, à Palhavã. Salva a Clínica de S. Lucas e a casa gémea que se lhe encosta, a demolição nesse quarteirão foi de tudo o resto. Tudo. O resto... é zero. Nem o nome Palhavã restou. Apagaram-no até donde o haviam enterrado: da estação do Metro.

Fotografia aérea do Bairro Azul e área adjacente (fragmento), Lisboa, 195
...
Mário de Oliveira, in Arquivo Fotográfico da C.M.L.
De Rui Franco a 15 de Setembro de 2011
A Estrada de Benfica não tem nada a ver com esta história, pelo menos ao tempo da demolição da mansão já que, até chegarmos à dita estrada, ainda tínhamos de vencer a Praça de Espanha, a Columbano Bordalo Pinheiro e Sete Rios (pelo menos 1,5 km)
A casa em questão estava a metros de onde hoje é o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.
Assisti à sua decadência. Durante anos ainda teve os anexos ocupados mas, quando esses ficaram vagos, adivinhou-se logo o que ia acontecer. Um crime!
E se não põem a mão no Bairro Azul...
A topónimo Dr. Nicolau Bettencourt sobrepôs-se à ancestral estrada de Benfica em 1970. Tem que ver com a fotografia e com a memória, que é onde pára a casa.
Diante do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, pois. A arte moderna anda pouco para aí virada...
Tal como a Santa Casa, a quem cuido que calhou a mais valia da demolição e venda dos andares que lá temos hoje. Pelo menos foi o que me sugeriu a tarja que lá vi dizendo «vende-se andares».
Um crime com circunstâncias agravantes. E se não põem a mão no Bairro Azul...
Cumpts.
De Zé a 15 de Setembro de 2011
Não imaginava que os edifícios guardiões do Bairro Azul só tivessem sido construídos nos anos 50. Sem prejuízo, a fotografia é muito interessante, pois permite ver as instalações da Feira Popular, no local onde está hoje a Gulbenkian, e as antigas instalações do Colégio Valsassina, que funcionava então na quinta casa à direita, no sentido descendente da António Augusto Aguiar. Ainda conheci as terceira e quarta casas também à direita e no mesmo sentido, que julgo só terem desaparecido à volta do ano 2000. À frente de uma delas havia uma paragem das carreiras 16 e 42 da Carris, que seguiam para Benfica, e que eu infinito número de vezes apanhei. Curioso, outrossim, é ver mais à direita o Palácio do Conde de Vilalva, Eugénio de Almeida, e ao centro da fotografia, o telhado da casa que foi de Pequito Rebello (membro do Integralismo Lusitano), onde se situa actualmente a sede do…BPN.
Dos anos 50 para cá. Um dos autocarros para Benfica seria o 46, certo?
Muito obrigado pelas informações que me dá.
Cumpts.
De Zé a 16 de Setembro de 2011
Seria o 46, em vez do 42: a memória já me vai começando a pregar algumas pequenas partidas...
De Bic Laranja a 16 de Setembro de 2011
Cumpts. :)
Tambem conhecia a mansão em anályse, e considero um attentado á cidade o que lhe fizeram.
Não sei até que ponto a Camara poderá intervir em casos d'estes, como por exemplo, acontece em Pariz, onde um edificio d'estas caracteristicas só poderia ser intervencionado para melhoramentos (por lá, muitos deles são transformados em hoteis de charme).
Allegra-me (ao menos isso), que no bairro onde moro, a Lapa, se estejam a recuperar predios bellissimos, segundo a sua traça original, e outros feitos de raiz, cumpram com a architectura da zona. Hoje em dia, apesar do accidentado da zona e dos poucos espaços verdes, é um prazer passear por aqui, especialmente para quem gosta de architectura.
VdeAlmeida
(http://aruainclinada.blogspot.com/)
Pois se em Paris podem, tambem cá hão-de poder, não lhe parece. Há com certeza mais que se não explica.
Cumpra.
De
tron a 19 de Setembro de 2011
amigo neste espaço onde cabia o actual IPO ?
A seguir à casa que se vê no canto superior esquerdo.
Cumpts.
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