11 comentários:
De Mário Cruz a 27 de Setembro de 2011
O Império quando era cinema e não templo de seita. Por cima houve, naqueles tempos, uma segunda sala, o Estúdio. As grandes salas de cinema que Lisboa perdeu. Ir ao cinema era outra coisa...
De cb a 27 de Setembro de 2011
É verdade. Quando ir ao cinema não era sómente assistir à projecção de um filme.
Ás vezes começava com um bife à café cá em baixo, depois subia-se para a sessão das 21,30 horas (incluia a bica, conversa e encontros ocasionais no "foyer"), a seguir uma descida à Portugália para umas imperiais e já de madrugada rematava-se com um prego com ovo a cavalo.
Tudo isto se calhar e se bem me lembro (salvé Dr. Nemésio) por menos de cem escudos.
De [s.n.] a 27 de Setembro de 2011
E com modos, meu caro, com modos. Sem se ficar a suportar durante todo o filme os repugnantes ruídos da manipulação e mastigação desenfreadas das pipocas, e do sorver dos restos do refrigerante. Sem se assistir no fim da sessão ao estado miserável da sala, suja até ao vómito pelos restos que a turba deixou (e que, quanto muito, merecem um vago simulacro de limpeza entre sessões). E com um mínimo de dignidade no vestuário.

"Ia-se ao cinema", com uma réstia de respeito pelos outros. E pelo momento em si. Era um ritual bem-vindo e respeitado como tal.

Agora...

Saudações,
Costa
De Bic Laranja a 28 de Setembro de 2011
Estava aqui a tentar lembrar-me do último filme que lá vi... Lembro-me d' «A Conquista do Oeste», com o Henry Fonda e uma data de gente famosa. Fui arrastado para uma matinée pelo Henrique que queria à viva força ver «A Aventura do Poseidon» que estreava nesse dia. Só que à noite... O pior foi que tínha visto «A Conquista do Oeste» na semana anterior.
Aquele Henrique era meio desvairado.
Cumpts.
De Bic Laranja a 28 de Setembro de 2011
Nunca cheguei a ir ao Estúdio.
Cumpts.
De tron a 27 de Setembro de 2011
Quando usava o 7 nos meus tempos de catraio quando fiz parte da primária na escola primária nº154 o 7 já não passava na Pascoal de Melo e depois da Alameda vinha pela Almirante Reis abaixo e o resto do percuro era como o descrito
De Bic Laranja a 28 de Setembro de 2011
Por isso sublinhei essa parte do percurso.
Cumpts.
De tron a 28 de Setembro de 2011
a rua Quirino da Fonseca tem agora o termnal do 7 mas quem queria ir para lá tinha o 17 ou 16 (16 para em S. Sebastião e o 17 não sei onde para) e o percurso da pascoal de melo era assegurado pelo 6 e pelo 40
De [s.n.] a 27 de Setembro de 2011
O "meu" cinema Império! E a Alameda, que linda! Para mim, particularmente esta zona. E que saudades da limpeza das ruas e avenidas desses tempos, do ordenamento dos edifícios e da sua sólida construção, das ruas, das avenidas, dos largos, etc. Da perfeição do calcetado dos passeios que ainda hoje causa admiração sobretudo se comparada com os vergonhosos passeios de hoje em dia cheios de buracos e com irregularidades inadmissíveis e desníveis de tal dimensão que bem podem ser apelidados de criminosos os responsáveis autárquicos que permitem tão escabroso desleixo. O que isto significa de perigoso para as crianças e para as pessoas de idade (ou de qualquer outra faixa etária, já agora) e especialmente para os cegos, não tira um segundo de sono ao indigente mental e aos que o antecederam à frente da Câmara Municipal de Lisboa. Também com estes mega vigaristas e oportunistas de primeira água que temos tido à frente desta (e das outras autarquias) bem como no poder central, que nem uma mercearia de bairro seriam capazes de administrar decentemente, nada mais é de esperar.

Excepto talvez e antes que destruam o pouco que ainda se conserva de pé do imenso e belíssimo património histórico e arquitectónico que herdámos do anterior regime, detê-los, julgá-los e puni-los severamente.

Ou seja, fazer-lhes exactamente aquilo que o Dr. Medina Carreira sugeriu hoje (ontem) em entrevista a Judite de Sousa e bastas vezes por ele repetido, no que se refere aos destruidores da nossa economia que só descansaram quando nos meteram à força - isto é, sem referendar o acto, para o povo decidir em consciência, povo este, que, segundo estes grandessíssimos aldrabões é (era) quem mais ordena... (mas pouco!) - na 'Europa' para, em consequência, perdermos a nossa independência como país soberano. Tudo isto para, desde há quase quatro décadas, andarmos a pedinchar mundo fora os biliões que eles sacaram com toda a liberdade e impunidade aos cofres do Estado (grande parte deles metidos nas próprias contas em paraísos fiscais) com a maior das desvergonhas, levando Portugal ao estado miserável em que se encontra. Esta é que seria uma Justiça Justa. Mas isso...

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Não posso deixar de agradecer aos dois ilustres escritores (porque o são efectivamente) que me desejaram boas férias: o insigne Carlos Portugal e o douto linguísta, porque conhecedor profundo da língua portuguesa bem como a história da cidade de Lisboa, como a palma das suas mãos e que é, escusado será dizê-lo, o autor deste inigualável espaço blogosférico.
Maria
De Bic Laranja a 28 de Setembro de 2011
Tem muita razão sobre o desmazelo da cidade; contrasta tremendamente com o arranjada que era. E custa entender como se pôde decair tanto, mas tanto.
Agradeço-lhe a elevada estima mas... que diz não sou eu, acredite.
Cumpts.
De Attenti al Gatti a 28 de Setembro de 2011
Pois, mas cem "paus" eram cem "paus" (comentário de CB)e daí a minha entrada tardia nessa sala e, mesmo assim, expurgada dos "acessórios" comestíveis e bebestíveis a que o mesmo se refere.Não sei qual foi o último filme que lá ví, talvez os "Encontros Imediatos do Terceiro Grau". Mas lembro-me do primeiro: "Os Homens de Las Vegas", a história de um assalto a um veículo de transporte de valores. Uma coisa mais banal, nos tempos que correm, que já não daría um filme. Quanto muito, notícia no Correio da Manhã.
Esta memória persiste, talvez por estar aliada ao estatuto que dava a um jovem imberbe, a passagem das salas de cinema de bairro para uma sala "a sério". Era outro luxo!
Quanto à carreira 7, hoje, no estado em que está a Rua da Madalena, é um espanto imaginar-se que já subiram por lá autocarros de dois pisos. Mas subiram! (Bem, às vezes não subiam, nada é perfeito)e tanto assim era que, ao cruzarem a linha do eléctrico no Largo da Madalena, frequentemente a traseira raspava o chão de tal modo que até faíscava. Daí, muitas das marcas que ainda hoje se vêm no asfalto. Grande 7!
Requiescat in pace.

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