Mota do padeiro, Av. dos Estados Unidos da América, 1960-69
Artur Pastor, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
De Mário Cruz a 29 de Setembro de 2011
Este é um "serviço" que merecia ser recuperado. Se tivesse capital investia numa boa padaria/pastelaria de bairro com contratos de distribuição ao domicílio. Ainda me lembro da minha mãe receber o pão em casa e a minha avô lavadeira !(não sei se era de Caneças:))
De Zé a 29 de Setembro de 2011
Colateralmente, constato que a praga das "marquises" começava a tomar força... Calculava - pelos vistos, erradamente - que tal só houvesse sucedido a seguir ao 25-A...
De Bic Laranja a 30 de Setembro de 2011
A degradação de Lisboa pelo mau gosto (arquitectura em altura, varandas, montras de lojas mutilando praticamente todas as fachadas) e pela vil especulação imobiliária instalou-se de armas e bagagens nos anos 60.
Zeitgeist.
Cumpts.
De Bic Laranja a 30 de Setembro de 2011
Há tempo ouvi notícia duma padaria com serviço de entregas. Mas não só com o pão. O comércio de bairro poderia unir-se reavivar a esquecida profissão dos marçanos. Os supermercados já viram o nicho, embora cobrem despudoradamente por ele.
Cumpts.
De
tron a 29 de Setembro de 2011
Eu era miúdo e tnha um tio que morava no Bairro da Encarnação e tinha um padeiro que ia todos os dias mas ele usava um carro mais gasto que os meus ténis ao fim de um ano de caminhadas, depois o homenzinho deixou de lá ir e ele passou a comprar pão ou no falecido AC Santos ou então nas padarias nos mercados do bairro da Encarnação ou numa padria grande que penso ainda haver na circular sul do mesmo bairro
De Bic Laranja a 30 de Setembro de 2011
No bairro da minha infância recorda-me da leiteira, a Ti Altina. E na aldeia de meu avô havia tudo, do padeiro ao peixeiro.
Cumpts.
De Attenti al Gatti a 1 de Outubro de 2011
Olha, olha, há mais alguém que conheceu a tí Altina! É boa!
Ela era, juntamente com o carteiro e o "homem do cafézinho", a trindade dos nossos fornecedores porta-a-porta da minha infância.
Um dia, regressado de fresco da província, após os regulamentares três meses de férias escolares, bate a tí Altina à porta. Seguiu-se o ritual da transfega do leite, onde também comparecí, fundamentalmente para vêr a bilha miniatura onde se guardavam as medidas.
Durante isso, a minha mãe, de fervedor na mão, diz-me "Então, não falas à Tí Altina?" e eu, com o ar alabrostado recém adquirido, inquirí, "Atão Tí Altina, bossemucê tá boa?"
A.v.o.
De Bic Laranja a 1 de Outubro de 2011
Ah! Ah! Ah! Boa história.
:)
Cumpts.
De [s.n.] a 29 de Setembro de 2011
Este foi o tempo dos 'carochas' e dos Minis, que se vêem estacionados mesmo aí. Nunca gostei destes prédios, sou um bocadinho mais conservadora no que se refere ao aspecto exterior dos edifícios, mas suponho que os arquitectos que lhes estão na origem devem ter ido buscar esta modernidade da altura a outros países da Europa.
Mas é claro, comparando esta falta de gosto com os mamarrachos que se tem edificado e reproduzido como cogumelos de há trinta anos a esta parte, podemos dizer sem receio d'errar que estamos perante autênticos palácios...
...............
A beleza sem igual de todas estas fotografias reside inteirinha na claridade e nitidez da imagem (um espanto!) e especialmente no branco e preto preferido e é nestes três pontos nucleares que se revela o génio do fotógrafo.
Creio que já havia reproduzido estas belas fotografias - da Praça de Londres e da Av. João XXI - aqui há um ou dois anos, não é verdade? Pois se assim foi devo ter comentado qualquer coisa de certeza. O que terei escrito então, repeti-lo-ia exactamente agora.
Maria
De Bic Laranja a 30 de Setembro de 2011
Na época da edificação destes já a pressão imobiliária se instalara. Mesmo assim ainda não espremiam os terrenos com betão de mais de dez andares produzindo arruamentos de escala ridícula e becos atulhados de carros a que pomposamente chamam pracetas, como fazem agora.
Cumpts.
De [s.n.] a 3 de Outubro de 2011
E também não existia a psicose dos edifícios à la Texas, ou seja de fachadas em vidro de alto a baixo...
Não sei como é que este tipo de construções poderá resistir a um forte vendaval ou a um tremor de terra, mesmo que de fraca magnitude (Deus nos livre de tal!).
A única coisa que, sim, sei é que são feios como a morte e inestéticos até dizer basta.
Uma vez que observo a adopção cada vez em maior número deste "estilo arquitectónico"(?) (substituindo verdadeiras obras d'arte criminosamente destruídas, como, p.ex., em Lisboa, vários prémios Valmôr, mas não só) por todas as cidades de Portugal, tão triste ocorrência leva-me a imaginar se, por hipótese absurda, esta aberração teria tido cabimento durante o anterior regime. Tenho a certeza de que não. E quem julgar o contrário ou é ingénuo ou está mal informado. É que acontece que no anterior regime havia CLASSE não só na arquitectura como em milhentas coisas mais, exactamente o oposto do que acontece neste.
Este estilo arquitectural deixa muito a desejar. Não tem pitada de beleza ou harmonia ou elegância. Não têm ponta por onde se lhe pegue. Se estas horrorosas 'caixas de fósforos' são consideradas edifícios na verdadeira acepção da palavra... vou ali já venho.
Maria
Cuido que seja a indústria dos materiais e da construção a ditar a moda. E provavelmente nas faculdades de arquitectura não ensinam mais do que a moda.
Cumpts.
De Luísa a 30 de Setembro de 2011
Eu pergunto: onde está essa rua?? É que eu vivi lá perto e essa beleza de árvores... não vi. E as fracas que lá estavam... foram-se (um dia ia tendo um treco quando cheguei da faculdade e vi os cepos cortados... :s)
O progresso veio e cavou um buraco.
Hoje os buracos progrediram muito...
Cumpts.
De Attenti al Gatti a 1 de Outubro de 2011
A ausência do padeiro, leva a crêr que alguém o estaría a vêr. Noto também, em primeiro plano, um simpático DKW que, se a memória não me atraiçoa, tinha motor a dois tempos, ostentava os circulos que hoje são o símbolo do cobiçado Audi e era fabricado na antiga Alemanha de Leste. Era assim uma espécie de imitação tosca e miniatural, de um "espada" do odiado inimigo americano.
A.v.o.
Parece o DKW Júnior. Segundo li, os motores a dois tempos calaram-se em 1964 quando a Volkswagen tomou a Auto Union.
Cumpts.
Também em brasileiro...
Cumpts.
De Attenti al Gatti a 3 de Outubro de 2011
DKW Junior, esse mesmo. Obrigado pelo link, que aproveitei para esclarecer algumas dúvidas.
Um conhecido meu teve um, com o qual bateu na trseira de outo carro, em Acântara. Os danos na carroçaria foram quase nulos.A chapa tinha fama de ser rija, mas rachou o distribuidor e encontrar outro igual, nos inícios dos anos 80 não era nada fácil. Por isso despediu-se, saudosamente, do velho DKW e trocou-o por um Fiat Uno a estrear.
A.v.o
De Paulo a 1 de Outubro de 2011
Nesse tempo eu também me lembro do pão apreendido nas padarias por não ter o peso obrigatório.
Agora apreendem-lhe apenas o sal.
Cumpts.
De Attenti al Gatti a 3 de Outubro de 2011
Geralmente, até por questões de ordem prática, não se apreendia o pão, multavam-se os fabricantes. E também os distribuidores, às vezes por coisas anacrónicas, mesmo para a época. Foi assim que ganhou fama o "Nove Dedos", Eugénio de seu nome, da Polícia Municipal, já aquí falado. Agora parece que ganham fama precisamente por não multar. Vd. "Expresso" de 1 de Outubro, pág.29, "Polícias passaram menos 27,4% de multas".
A.v.o.
Que fez o Nove dedos? Aguava a lexívia?
Cumpts.
De Attenti al Gatti a 4 de Outubro de 2011
Ná. O "Nove Dedos" que falo era polícia. O outro, o da drogaria, acho que nem vendia lexívia que aquilo era um estáminé a dar para o fino, coisa entre a drogaria, a perfumaria e a papelaria, que incluia a venda em exclusivo, lá no sítio do, em boa hora falecido, papel-selado. A fama de cortar no cloro colou-se mais ao Aníbal, se calhar injustamente.
A.v.o.
De Paulo a 1 de Outubro de 2011
Na foto está um carro de uma marca de Leste que foi também comprada pela VW.
É um Skoda.
De Paulo a 1 de Outubro de 2011
O primeiro arrumado em espinha, e ao lado um Opel.
De Bic Laranja a 2 de Outubro de 2011
Olho vivo.
Cumpts. :)
De Paulo a 1 de Outubro de 2011
Respeito a opinião de todos, mas as entregas ao domicilio de artigos frescos é complicado. Não nos esqueçamos que também o leite (leiteiro(a)s) era vendido de porta em porta.
Só que haviam alguns nojentos que faziam algumas misturas, que eu nem ouso dizer aqui sob pena de não acreditarem.
De Bic Laranja a 2 de Outubro de 2011
Havia intrujões, havia. Sempre haverá problemas mas as embalagens e os meios de transporte melhoraram.
Cumpts.
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