24 comentários:
De Hugo da Graça Pereira a 30 de Setembro de 2011
Hum...Talvez este país precisasse mais de Marias (como esta, que de Maria-vai-com-as-outras temos que baste): pessoas que procuram lutar por algo e que não têm receio de que lhes chamem ridículas por causa disso...
De Bic Laranja a 30 de Setembro de 2011
Não duvide. Embora ridículo no meio desta pouca-vergonha seja liquidar o país e querer fechá-lo com portugueses cá dentro.
Cumpts.
De Hugo da Graça Pereira a 30 de Setembro de 2011
A despropósito, aproveito para lhe dizer que criou um espaço excepcional aqui. Vim cá parar por conselho do Pedro Correia e não me arrependi! Cumpts .
De Bic Laranja a 1 de Outubro de 2011
Simpatia vossa, que agradeço.
Muito obrigado!
De tron a 30 de Setembro de 2011
Curioso, um dos governos Guterres quis fazer uma mudança na gramática chamada TLEBS ou TELBS que nunca consegui entender e veio toda a estudantada para a rua contra, mas todavia não mexiam na ortografia e para mm a única palavra que se pode considerar modficador são os adjectivos. Exemplo: O frango é pequeno e o capão é grande.
Há um bocado coversa lateral lhe recomendo o seguinte artigo do peródico Sol:
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=29752
De Bic Laranja a 30 de Setembro de 2011
Pois ele calhou-nos os burros a cantar de galo. Até a Grammatica eles necessitaram inventar, coitados, mas apenas por ignorarem que o étimo até remonta aos Gregos.
Cumpts.
De George Sand a 30 de Setembro de 2011
Reflecte toda uma geração, que está inconformada mas obrigada a este acordo absurdo.
A minha filha, porque saíu do País para estudar, este ano, ficou felizmente "arcaica". E vai fazer exame de português, com a menção : português de portugal no final. (uma vez que o teste é feito em português do Brasil. Iacreditavel, tratando-se de Inglaterra!)
De Bic Laranja a 30 de Setembro de 2011
Pode parecer, não foram os apagados e vis basbaques que vegetam por cá terem entregada a soberania à «Ouropa» e a alma ao Bataclan.
Cumpts.
De [s.n.] a 1 de Outubro de 2011
Deixo aqui os meus sinceros parabéns a esta jovem e corajosa Maria, que não se limita a aceitar todas as patacoadas que governantes muito progressistas e grandes 'democratas', por interpostos acordistas, nos querem impingir contra a vontade da maioria dos portugueses. Em vez disso - e apraz registar - clama bem alto a sua indignação como cidadã plena de todos os seus direitos. Esta gentaça que nos desfez o país, só descansará se também nos der cabo da língua-pátria. É o que estão a tentar fazer com o AO. Mas não hão-de conseguir. Se ainda restar um punhado de patriotas à antiga usança, primeiro daremos nós cabo deles. Já faltou mais, graças a Deus. Mas temo que a nossa salvação venha de fora. Do mal o menos, antes do exterior do que de parte nenhuma.

Pois que esta patriótica revolta vinda de quem vem, sirva para alertar as autoridades (in)competentes sobre o crime que neste preciso momento está a ser introduzido nas escolas em marcha acelerada (isto, para ver se calam os contra-acordistas, que são cada vez mais e seus protestos sobem cada vez mais de tom) e que contagie e incentive outros jovens e adultos de todo o país para que mais uma tentativa de apunhalar pelas costas um povo orgulhoso, bom e crente, através do abastardamento completo da sua língua, não vá avante.

Parabéns redobrados à jovem Maria e que nunca lhe falte animo para continuar a gritar bem alto a sua indignação. E que muitos mais portugueses se juntem ao seu protesto, talvez assim as mais altas instâncias (as ignorantes e apátridas que lhe estão na origem) reflictam - um processo quase impossível em gente deste jaez, mas a esperança é sempre a última a morrer - e ponham um ponto final nesta barbaridade a que chamam AO.

Este é o desejo da enormíssima maioria dos portugueses (professores incluídos), daqueles que o são de corpo e alma. Afinal os tais a quem os governantes mentindo alarvemente, andam a convencer-nos há dezenas d'anos - numa lavagem aos cérebros perfeita - que em democracia é o povo quem tudo decide...

Esperemos então para ver se é, como eles apregoam, de facto o povo quem mais ordena... ou se se trata de mais uma frase feita (slogan) repetida à exaustão e pelo contrário temos mas é mais uma daquelas monumentais galgas das milhentas a que vimos assistindo desde o 25/4.
Maria
De [s.n.] a 1 de Outubro de 2011
Leia-se: "... andam a convencer..." e NÃO "... a convencer-nos...".
Maria
De Bic Laranja a 1 de Outubro de 2011
A sanha em destriur o que já leva quase 900 anos de trabalhos é tremenda. Que gente malsã o consiga em décadas é diabólico. Destruiram tudo: riqueza, terras, indústria e até às gentes vendem a alma. Que desvario este!
Cumpts.
De João Amorim a 1 de Outubro de 2011
caro Bic

A minha filha mais velha, de 16 anos, acha sem sentido esta coisa do acordo. Diz que é óptimo para quem gosta de escrever SMS's, poupa letras. Nem todos os estudantes são incapazes de escolher, o problema é serem obrigados a cumprir! Nem tudo está perdido, nesta república desenssabida.
De Bic Laranja a 1 de Outubro de 2011
Reconforta-me que haja mocidade a saber pensar em lugar de se deixar moldar. Sobra-me a esperança de que por ela, se necessário for, se alongue a resistência a este completo desvario nacional até que torne a haver tino.
Cumpts.
De Anónimo a 1 de Outubro de 2011
Está cheiinha de razão, Maria. É uma ignomínia. Também não me conformo e escrevo sem adoptar o dito acordo. Fico revoltada com as legendas, publicidade, etc. que se observa na nossa TV; por vezes fico chocada, como que se duma agressão se tratasse e provavelmente não deixa de o ser. O pior é que não fomos ouvidos na tomada desta decisão, pelo menos não tenho essa ideia...Neste País, há muito que involuntariamente, andamos a reboque duns "iluminados".
De Bic Laranja a 1 de Outubro de 2011
É uma agressão, é. Ofende a inteligência ver aquela escrita ridícula. É de burros que não sabem as letras.
Cumpts.
De Maria Oliveira a 1 de Outubro de 2011
Se ela me escutasse, a Maria, gostaria de lhe dizer, do meio da pouca sanidade mental que me resta, que pensamos da mesma forma. Infelizmente, estou do outro lado, pois sou professora. Choro por dentro, quando me lembro da obrigação de "ensinar" aquele monstro, o "aborto ortográfico" aos meus alunos... Todos os dias procuro alguma forma, por rebuscada que seja, de fugir a isto. Expor, dar-lhes conhecimento sem ensinar, de facto? É uma infâmia ter sido sempre perfeccionista e ter alunos de 7º que perguntam (porque ainda não uso o "aborto ortográfico" e só "exporei" nos tempos que aí vêm)
" - Professora, não tem ali um c a mais?"
A boca sabe a sangue... É como se estivesse rodeada de fogo, de tal forma abomino o "aborto ortográfico"! À minha volta, havia energúmenos que queriam empurrar aquele lixo logo na 1ª semana, mas eu opus-me. Tenho sido crucificada e, sempre que toco no assunto entre colegas, passo a ter lepra e fico a falar sozinha, de tal forma TODOS têm um medo que nunca vi antes. Odeio este país, odeio esta bandeira, odeio este povo. Gostava, isso sim, da Língua-mãe. Era estar em casa. Lembro-me daqueles que, por terem tido AVC ou doença degenerativa, já não sabem onde moram. Eu já não sei a que chame Pátria… Eu JÁ NÃO SEI ESCREVER... EU! Não sei que língua é aquela. Não compro livros editados após 2009, não os leio, nem compro jornais, nem vejo a RTP, nem leio os textos de que gostava na net... Não há palavras para descrever a minha angústia. É tão patológica a minha aversão como o é em tudo o que faz esta gente poucochinha, execrável, que merece todo o mal que lhe aconteça doravante. Um povo que deixa que lhe saquem o património é amorfo! Párias! Cambada de inúteis! Gado! Este povo é como gado. Fui crucificada, prejudicada pessoal e profissionalmente de forma indelével por dizer sempre o que penso e pensar sempre por mim. É ver-me falar, mesmo que com um sorriso nos lábios e ver os "bufos" e os SS a baixar o olhar, para irem logo a correr contar no Conselho Executivo o "escândalo" que é alguém ainda PENSAR no ensino português e OUSAR fazer perguntas ou fazer sugestões nas reuniõezinhas! É tudo para encher papel. Deus sabe a cruz que trago comigo. O ensino desespera-me, desgosta quem quer que tenha carácter, quem quer que não seja conivente. O que lhes interessa são as grelhazinhas, as "evidências", a organização de eventos em que são peritos, fazer umas flores, aparecer, despejar as matérias, ignorando o sofrimento que isto também causa aos alunos, interessa é rumar ao excelente, ir ao gabinete das chefias engraxar, tratar os alunos como se fossem de vidro e colar-lhes à pele muitas mentiras diárias. OS ALUNOS SOFREM com isto, e muito! Quando leio comentários de gente que acusa os anti-acordistas de não aceitarem a mudança, costumo sonhar que tenho aqueles "modernistas" à minha mercê: arrancava-lhes os dentes à chapada, a essa corja infecta que nem merece o chão que pisa! Ala, vão p'ró Brasil! Viver neste país enlouquece. Devagar, muito paulatinamente por vezes e de forma descarada noutras, os pulhas que sentam a parte do corpo com que pensam na Assembleia destruíram tudo. O país "jaz morto e arrefece” e esses Filhos duma Grande Mãe ainda batem em quem já está no chão. Isto não é um país, é uma cloaca! Todos os dias tento não me afundar, mas a vaidade desta gentinha nula, o vazio das conversas, a inveja, a cega meretriz com a qual o Vate fecha o seu épico diz tudo sobre os tortulhos que crescem por tudo quanto é sítio. Isto não é um país, é um proto-qualquer coisa que perdeu a vergonha...
Tal como a Maria, de bom grado eu deitaria AO LIXO TODOS os livros "AO" que me sujam as estantes de casa. JURO por Deus que já não sei que terra é esta. Apetece-me queimar o meu B.I. de "cidadã nacional". Cuidado, quando se diz que os professores já “amocharam”. Seja qual for a consequência desta vez (provavelmente, dão-me horário zero e correm comigo do ensino, que foi o que vi acontecer a alguns este ano), eu NUNCA ensinarei aquele aleijão aos meus alunos!
Ontem, um pequerrucho de 7º ano percebeu-me nas entrelinhas, leu a minha mágoa:
" - Que ironia, professora: decidiu começar a leccionar o Acordo após o feriado de 5 de Outubro, justamente a data que nos diz que somos livres de votar e escolher quem nos dignifique..."
De tron a 2 de Outubro de 2011
eu não comemoro o 5/10, para mim é um dia de luto nacional porque sou monárquico e basta ver os livros de história mesmo com o aborto ortográfico para ver o quão nos atrasou a república
De João Amorim a 2 de Outubro de 2011
Tudo o que a República disse que cumpriria foi um fiásco e desilusão. O "plano B" falhou, há já muitos anos. Nem a revisão ortográfica de 1913 (salvo erro) foi tão castradora. Este aborto ortográfico era mais um "aborto" que devia ter ido a referendo.
De Bic Laranja a 2 de Outubro de 2011
Nem referendo nunca se haveria de pôr. A únicas leis que conheço regerem a língua são as da Gramática. Mas, aqui chegados, referendar o tratado do nefando Acordo Ortográfico seria o mínimo a que deveríamos descer.
Cumpts.
De JPG a 3 de Outubro de 2011
A questão do referendo sobre o AO90, uma opinião que vale tanto como qualquer outra.

Já o disse e escrevi por diversas vezes e formas: isso nunca!

A explicação é simples e óbvia, parece-me: nunca em Portugal houve um referendo com resultados vinculativos (acima de 45% de votos expressos). Porém, mesmo não sendo vinculativos, esses mesmos resultados têm servido para

a) tomar resoluções políticas de implementação das políticas "vencedoras" (veja-se o caso do referendo ao aborto, por exemplo)
b) liquidar na prática qualquer espécie de viabilidade ou direito de retorno da parte "derrotada" (idem)

Ou seja: por um lado, nunca teríamos mais do que 10 ou, no máximo, 20% de votantes num referendo sobre o AO90; 80 ou 90% dos eleitores sequer se aproximariam de qualquer assembleia de voto nesse dia; por outro lado, uma de duas outras coisas se poderia passar: se ganhasse a rejeição do acordo (hipótese altamente improvável), o Poder instalado diria que os números não eram vinculativos (e não eram mesmo, eram ridículos) e que, portanto, continuaria tudo como dantes, acordo ortográfico em vigor; caso o AO90 fosse "aprovado" nesse referendo (muitíssimo provável, já que o PS e o PSD mobilizariam as suas máquinas), então pronto, era mesmo de vez, o AO90 ficaria em vigor para sempre e sem qualquer hipótese de retrocesso.

Com riscos de 80%, é claro, seria suicida sujeitar a Língua Portuguesa a plebiscito. Aliás, até por questões morais e patrióticas: o património nacional não se vota, é o que é e o que sempre foi; nenhuma maioria - relativa ou mesmo absoluta - pode impor a uma minoria aquilo que diz respeito a uma e a outra e que sequer pertence em exclusivo a qualquer delas.
De Bic Laranja a 3 de Outubro de 2011
Concordo. Já basta ter de baixar à Assembleia como se a Gramática se fizesse por decreto. António José Saraiva bem o sabia, tanto que certa vez ironizou: «O governo criou em 1911 uma comissão para refomar a ortografia, como se a língua estivesse nas atribuições das leis e do parlamento.»
O idioma não é para andarmos a mexer assim. Ele mexe por si da maneira que tiver de ser.
Cumpts.
De Manuel Ramalhete a 18 de Novembro de 2011

Não me conformo com o acordo ortográfico e vou usar o meu direito à indignação. Em toda esta trapalhada, a palavra "acordo" é apenas um eufemismo porque correcto é definir isto como uma capitulação! Assim mesmo sem medo das palavras. Tomo a liberdade de dar a palavra a alguém que tem vastos conhecimentos para falar deste assunto. Trata-se de um professor que já dobrou o cabo dos 80 anos de idade e que vê agora na nossa frente um tenebroso cabo das tormentas, onde a Língua Portuguesa vai sofrer um grande rombo. Com a devida vénia, vou citar algumas passagens de o "PREFÁCIO DA INDIGNAÇÃO E DA RECUSA" da autoria de Alfredo de Jesus Farto, licenciado em filologia românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, com nove anos de latim do Curso Superior de Letras Clássicas da Companhia de Jesus S. J. e com vastos conhecimentos de outras línguas mortas e vivas: «Só visto aqui, neste quadrilátero banhado pelo Atlântico; só visto aqui, em sumidades rastejantes sem um pingo de vergonha; só visto aqui, onde às regras da evolução linguística foi adicionada mais uma por quem de filologia, demonstrou que dela não entende patavina: a norma (?) de que a língua portuguesa também passa a evoluir por decreto! Só visto aqui! Bacocos!»
«Reparem na língua inglesa. Já calcularam o número de anglófonos existentes na face do Globo? Será que a velha Albion vai suprimir uma letra sequer de qualquer palavra do seu vocabulário se, por acaso algum dia, uma área desse linguajar divergir da forma padrão? Será que algum dia irão eliminar da palavra thought (pensamento) os fonemas G e H não pronunciados, só porque numa ou mais áreas anglófonas propinam essa supressão? A tal não se irá rebaixar a ilha, e é por isso que em muitos filmes americanos, projectados em cinemas ingleses, surge o aviso: “Com legendas em inglês”. Sem mais nem menos. Orgulhosamente.»
E, mais adiante:
«E qual o supremo argumento em que se alicerça este mirabolante acordo de capitulação linguística? Em que tais consoantes já se não pronunciam ou deixaram de se pronunciar. Que insofismável axioma! De mestre! Porém, daqui a alguns anos, como será a prolação dessas palavras? É o caso de prolação. Quem a conhece, sabe que deve dizer-se “prolàção” (com a aberto) e não “prolâção” (com a fechado) Irá dizer-se então, seguindo a mesma lógica, “sètôr” ou “stôr”? “Àção” ou “A São” ? (…)»

Tenho pena que o espaço concedido para o comentário não possa comportar mais citações, porque muitas mais mereciam ser trazidas à colação.
Por mim termino, parafraseando uma expressão muito em voga nos dias de hoje: Tirem-me deste filme, por favor! As leis também podem ser revogadas. Acabem com o pesadelo!
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Nota: Se eventualmente existir algum erro nas passagens citadas, desde já peço desculpa ao seu autor.
De Bic Laranja a 3 de Dezembro de 2011
É capitulação. Não há sombra de dúvida.
A citação vem muito a propósito. Desafortunadamente os agentes da capitulação só querem saber de umbiguismo, não da pátria.
Cumpts.
De numadeletra a 6 de Junho de 2012

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