Av. da República, 37 tomado da Av. Miguel Bombarda, Lisboa, 1961.
Augusto de Jesus Fernandes, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..
Dos índices da obra nº 25.717 no arquivo da Câmara.
O edifício pode ter sido iniciado em 1917 ou perto; há notícia nesse ano da construção de alicerces e dum certo António Castanheira de Moura ter pedida licença para fazer um barracão. Em 1917 uma «empreza panificadora» requere construção duma padaria. Em 1919 uma Soc. de Padarias pede para ampliar a construção.
A notícia de vistoria e a atribução do nº de polícia indiciam a conclusão do prédio; foi dado como pronto a habitar em 1924... Um dono parece ter sido um sr. Alberto Graça (já não a «empreza panificadora», portanto) até, talvez, ao fim dos anos 40. Consta em processos de obra de ampliação (1920), alterações (1922-23), indicação de nº de polícia e vistoria (1924), limpeza e reparações (1929 e 36), limpeza geral e pinturas (1942), reparação (1944) e colocação de andaimes e beneficiação geral (1945).
Uma Soc. Americana, Lda. é referida como requerente de «junção de elementos» (lojas?), nos anos de 39 e 44 (23906/DSC/PG/1939, 31836/DAG/PG/1944).
O café «A Cubana», onde os anais do Surrealismo em Portugal dizem que Alexandre O'Neill conheceu Mário Cesariny, era neste prédio. O encontro foi em 1944 (cf. Mª de Fátima A. C. M. Saraiva, O Surrealismo em Portugal e a obra de Mário Cesariny de Vasconcelos, Porto, 1986, p. 20). Seria a Soc. Americana a designação comercial d' «A Cubana»?
Julgo que o dr. Francisco José Calheiros Lopes (de Benavente?) adquiriu depois disto o prédio. Há processos que o referem nos anos de 63 (beneficiação geral), 64 (pedido de instalação de elevador e obras de reparação), 65 (limpeza geral e obras de conservação), 66 e 67 (mais obras de conservação).
O Banco Lisboa & Açores mutilou a fachada no fim dos anos 50, ou nos anos 60 (61?). — Alvores duma prática assassina que descaracteriza inúmeros edifícios doutras eras pela a cidade inteira e ninguém liga...
Depois de tanta obra, não descurando um pedido de instalação dum elevador, a Câmara manda em 1969 (um ano após o passamento do dr. Francisco José Calheiros Lopes) o fotógrafo Artur Goulart documentar o prédio e arquiva a fotografia com um título sugestivo: «Prédio para demolir».
O prédio tem resistido. Há intimações e processos por obras clandestinas em 1962, 64, 65, 77, 78, 80 e 86. Daí para cá...
A florista (resiste ainda lá hoje) pediu parecer sobre o estabelecimento em 1981 (19894/DAG/PG/1981). Um eng.º Alberto Briosa e Gala figura em procº de obra (18830/DAG/PG/1967) como requerente de baixa de responsabilidade da obra. Um certo João Pedro Homem de Melo (?) figura em processo de obra; idem. — Só «lambendo» papel no arquivo se saberá mais. — Em 2004/05, uma Crunch (dentada?!) — sociedade de gestão de património imobiliário requer vistoria de propriedade horizontal.
O prédio está devoluto do r/c para cima e tem uns ricos logradouros...
Adamastor (O)
Apartado 53
Bic Cristal
Blog[o] de Cheiros
Chove
Cidade Surpreendente (A)
Corta-Fitas(pub)
Dragoscópio
Eléctricos
Espectador Portuguez (O)
Estado Sentido
Eternas Saudades do Futuro
Firefox contra o Acordo Ortográfico
Fugas do meu tinteiro
H Gasolim Ultramarino
Ilustração Portuguesa
Kruzes Kanhoto
Lisboa
Lisboa Actual
Lisboa de Antigamente (pub)
Lisboa Desaparecida
Menina Marota
Meu Bazar de Ideias
Olhar o Tejo
Paixão por Lisboa
Pedro Nogueira
Perspectivas(pub)
Planeta dos Macacos (O)
Porta da Loja
Porto e não só (Do)
Portugal em Postais Antigos(pub)
Retalhos de Bem-Fica
Restos de Colecção
Rio das Maçãs(pub)
Ruas de Lisboa com Alguma História
Ruinarte(pub)
Tempo Contado
Tradicionalista (O)
Ultramar
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.