Eh, eh! Isto vai ser (e é, já) um completo “delirium tremens”... os pobres coitados, daqui a nada não vão conseguir acertar uma... mas isso já se sabia... estes loicos (não é engano), pensam que a linguagem não tem qualquer influência na mente...mas tem, por isso é que, daqui a algum tempo, (espero que não, mas enfim!) como é que se vai explicar a uma criança normalmente inteligente, que um habitante do "egito" não é um "egitiano????? mas, se calhar, estou a ser verrinoso, tanto quanto o caro BIC: não estará já o escriba a treinar para o futuro acordo ortográfico anglo(amaricanó)- brasileirês?
Mas, bolas, que eles consigo não têm qualquer hipótese… se eu estivesse do “outro lado” teria pesadelos… !
Cumpts :)
De Bic Laranja a 21 de Novembro de 2011
Os acorditas teriam pesadelos se conseguissem entender. Mas obrigado!
Cumpts.
De Luísa a 21 de Novembro de 2011
Orthographic agreement. Pelo menos é o que circula na rede sobre a Tugolância...
A minha vida tem andado um bocadito complicada e deprimente e ler isto hoje... revigurou-me bastante. Na minha terra, isto chama-se descaramento e muuuuuuita ignorância.
De Bic Laranja a 21 de Novembro de 2011
Arriscava «brazilian spelling», por mais próximo da realidade.
Folgo que este pequeno nada a haja alegrado. Li alguns dos seus episódios - desculpe-me algum alheamento da terra das vacas - e ocorre-me um passo dos Lusíadas:
«Fazei, Senhor, que nunca os admirados // Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses // possam dizer que são para mandados // mais que para mandar, os Portugueses.» (X, 152). Com o seu espírito forte logo tudo se há-de compor, Vossemecê bem sabe.
Ânimo!
De Luísa a 22 de Novembro de 2011
Obrigada, pelo seu apoio, caro Bic.
De Pete a 22 de Novembro de 2011
O David Crystal chamar-lhe-ia "spelling reform".
Certo. Se fosse uma reforma ortográfica e não uma capitulação.
Cumpts.
Como?!
Não tarda nada, o Aborto Ortográfico estende-se ao chinês...
De Luísa a 22 de Novembro de 2011
Se calhar... Mas aí não faz mal nenhum... é chinês mesmo!! :D
De [s.n.] a 22 de Novembro de 2011
Fugindo um bocadinho ao tema mas, vendo bem, dele não me afastando tanto assim, venho por este meio perguntar a quem saiba, porque é que desde que as telenovelas brasileiras começaram a inundar os canais televisivos quase por completo (eles lá não fazem o mesmo com as nossas..., se lhes perguntarmos o motivo, desculpam-se dizendo que não nos compreendem! Pois..., mas os que estão cá compreendem-nos lindamente, ai não!), mais as centenas de milhar de cidadãos da mesma origem a povoar o território nacional, toda a gente, dos mais letrados aos menos instruídos e todos os outros que botam discurso nas televisões, acrescentam o advérbio 'atrás' referindo-se ao espaço de tempo, qualquer que este seja, que medeia entre o passado e o presente, sejam 15 dias, 1 ano, 20, 50, 1 século, 1 milhão de anos, etc., sabendo (e será que sabem?) que estão a empregar o verbo haver/existir (e sabendo-o será que desconhecem que este é o verbo que terão de empregar obrigatòriamente e não a contracção da preposição A com o artigo A = À?) que significa exactamente um determinado período de TEMPO que PASSOU e não volta nunca mais e consequentemente são dispensáveis vocábulos extra para o designar? Ou não será assim no português de Portugal?
Ou será que, por outro lado, quem se expressa deste modo julga que esse período de tempo que já passou pode ser confundido com o tempo presente ou com o tempo futuro e sente-se na obrigação de utilizar uma redundância ainda que esta seja supérflua e completamente ridícula à luz do português correcto?
Ou será, ainda, porque ouvem os brasileiros de manhã à noite nas 500 novelas diárias, bem como os funcionários em quase todas as lojas e ruas do país, acrescentar o advérbio no fim das frases quando se referem a um determinado tempo que passou - isto porque certamente eles desconhecem a existência do verbo haver e por isso acrescentam o advérbio para o interlocutor compreender que se referem MESMO ao 'tempo que já está lá para trás' - e acham, todos foleiros (significando à antiga, todos lampeiros), que esta é a semântica correcta também no PORTUGUÊS de Portugal? Ou será que a aprendizagem nas escolas já se processa tal e qual e mais este tropeção na linguagem também já está estatuído? Sei lá, como tudo isto anda, é muito capaz!
Já que estamos numa de redundâncias, que tal um novo linguajar, isto quando se referirem a um qualquer futuro, independentemente da menor ou maior distância que dele nos separe, do seguinte modo: "nos próximos 10 anos... que vão vir..."; "daqui a 15 anos... que hão-de chegar"; "depois de passarem 20 anos... à nossa frente..." etc.
Concluíndo: sugiro que formem/verbalizem as frases significando o passado, com o 'atrás' da praxe juntamente com o 'haver' ..., que já lá está ou devia estar (na fala brasileira não me parece) e que quer dizer o mesmo e, repito, além de uma redundância trata-se de um erro sintáctico e/ou semântico clamoroso; e já que estamos numa de abastardar a nossa língua, porque não acrescentarem às frases com projeccão futura, outra redundância e assim teremos: "há três anos... ATRÁS... visitei Roma e daqui a cinco anos... QUE HÃO-DE VIR... voltarei lá...; há uma semana ATRÁS comprei um casaco e no próximo sábado... QUE VAI CHEGAR... estreá-lo-ei".
Redundância por redundância... já agora porque não fechar o círculo? Olhem que darão um toque ainda mais especial (de corrida) ao vosso primoroso léxico e atingirão, pelo menos no que a esta específica questão diz respeito, o ponto de rebuçado.
Ah, muito importante! Não se esqueçam de juntar na mesma frase, tal como na fala brasileira corrente, o sujeito no singular e o predicado no plural e/ou vice-versa; e empreguem também em qualquer frase, o sujeito na segunda pessoa do singular e o predicado ou verbo na terceira, deste modo: "Tu vai amanhã ao teatro?" ou "Você me diz se tu quer jantar fora?".
Maria
De Luísa a 22 de Novembro de 2011
Desculpe, Maria, mas tem aí um erro de "fala brasileira", a coisa é:
Tu vai amanhã NO teatro?
Confesso que sou consumidora (moderada) de telenovelas e não considero que me influenciem o modo como falo ou escrevo.
Quanto ao atrás... desde há muuuitos anos (quando alguém me corrigiu, provavelmente um professor na escola) que eu o digo e logo de seguida o retiro. Nunca me saiu bem à primeira e eu bem sei que não está correcto. Se bem que... há para aí asneira bem pior do que esta redundância, que confunde muitas cabecinhas.
Saudações
De [s.n.] a 23 de Novembro de 2011
Tem razão Luísa, é "no" que eles dizem. "Ao" dizemos nós. Eu como não vejo novelas, nem brasileiras nem portuguesas, com a excepção das duas primeiras brasileiras que chegaram cá logo a seguir ao 25/4 (aliás belìssimamente interpretadas pelas actrizes e actores que as integravam) e de excelente qualidade, ainda assim consigo fixar mìnimamente o que eles dizem quando me atendem nas lojas e muito fugazmente nas televisões, apenas uns segundos, porque por uma questão de estética simplesmente não aguento mais tempo; também numa ou noutra entrevista que por casualidade apanhe e que, para minha agradável surpresa, reparo que os brasileiros entrevistados expressam-se bastante bem (note-se que quando eles são mesmo que mìnimamente cultos, sabem falar lindamente); e também num ou noutro canal, quando estou à espera das notícias das 20.00 e apanho os últimos segundos de uma qualquer novela, imediatamente antes daquelas começarem.
E também tem razão quando diz que há para aí muita asneira. Claro que há, mas sou-lhe sincera, esta específica calinada na nossa língua, que jamais se ouviu em Portugal antes de Abril de 74 (se por absurdo escrevessemos isto nalgum ditado ou redacção na escola primária - no Liceu seria impensável - apanhávamos com uma nota pior que má...) só se banalizou quando começaram a chegar as novelas brasileiras em catadupa, comunica-me particularmente com o sistema nervoso - o central e o periférico... - primeiro, por tratar-se de uma redundância (e quem sabe falar correctamente o português não as utiliza, ou se isso acontece por lapso no discurso oral, a pessoa corrige imediatamente; no escrito e tratando-se do mesmo género de pessoas, isso nunca acontece) e depois, por não fazer parte em absoluto das nossas regras gramaticais.
Mas concordo consigo que se torna quase impossível fugir destas intrusões na nossa língua, sobretudo quando levamos com este linguajar quase todos os dias e quase a todas as horas. Caramba, afinal nós somos portugueses e foi aqui que nasceu a nossa língua. Se não formos nós a acarinhá-la, a respeitá-la e a preservá-la, quem o fará por nós?
E muito obrigada pelo seu comentário.
Maria
Maria, se essas alimárias já (quase) não sabiam escrever nem falar, imagine o que será doravante... "nun esquenta não" eh, eh! ou será que devíamos chorar? se calhar, sim, porque, com toda esta lama de ignorância, é muito difícil alguém escapar impune aos salpicos.
Cumprimentos, com amizade.
De Bic Laranja a 23 de Novembro de 2011
Não vejo grande futuro para a amálgama que se está a fabricar. O vocabulário toma-se o «amaricano», a syntaxe lambuza-se com samba e o que vier a dar chama-se lusofonia. Quem fincar os pés no cânone será galego, além de «velho do Restelo».
Cumpts.
De [s.n.] a 24 de Novembro de 2011
Tenhamos esperança, afinal esta é a última a morrer.
Eu nunca desistirei. Parafraseando o presidente da Siemens em Portugal, numa excelente entrevista concedida ontem a Gomes Ferreira, todas as grandes crises económicas são sempre passageiras. Há sempre uma mudança de ciclo e sempre para melhor. Pois bem, espero ardentemente que a par da crise económica, a política, que engloba e atinge tão ou mais gravemente a moral e a cívica, o seja igualmente. Peço todos os dias a Deus, que tudo sabe e tudo pode, para que tal aconteça. E o mais depressa possível.
Cumprimentos para si também.
Assim como para o simpático e sempre atento leitor Alves Pereira.
Maria
De Alves Pereira a 24 de Novembro de 2011
Maria, estar atento a quem tem mais do que uma meia-dúzia de neurónios e pasme-se coluna vertebral, é uma qualidade dos que querem aprender alguma coisa, passe o auto-elogio, mas obrigado mais uma vez pela sua bondade.
Cumpts :)
De Alves Pereira a 24 de Novembro de 2011
Fabuloso parágrafo... para não variar.
Cumpts
De Alves Pereira a 24 de Novembro de 2011
Bic, dia 23 18H01
De [s.n.] a 8 de Dezembro de 2011
Ortógrafos de pacotilha, peçam um empréstimo e venham conhecer o Brasil .
Chega de dor de cotovelo, é feio isso.
Façam como nós, usem o controle remoto .
Percebe-se que o franquismo vive.
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