« Seis de janeiro de 1832. Manhã chuvosa e frigidissima. O zimbro rufava nas frestas envidraçadas da egreja de Santa Maria de Abbade. Ringiam as carvalheiras varejadas pelo norte. Ao arraiar do dia, a devota dos Tres Reis Magos, a tia Bernabé, tecedeira,—viuva do operario Bernabé, que lhe deixára o nome e uma cabana com sua horta — ergueu-se, foi á residencia parochial pedir a chave da egreja; e, sobraçando a bassoura de giesta para barrer o chão, e a almotolia para prover as lampadas, entrou no adro. Ao passar em frente da porta principal, ajoelhou, persignou-se e orou. N'este momento, ouviu o vagir convulso e rispido de criança.»
Camillo Castello Branco, «O Commendador», in Novellas do Minho, v. I, 2.ª ed., Lisboa, Parceria A.M. Pereira, 1903, p. 83 (sublinhado meu).
Uma «bassoura» só pode ser para «barrer»... Liberdade literária talvez esquecida, mas não interdita; liberdade prosódica como determinante ortográfica vedada até aqui, legitimada agora pelos murcons Bichara & Malaka mai-lo competentinho Diário da República... E já agora que falo de leis, há alguém reflectido que me explique (sem implícita ou explicitamente perpassar pingo do conceito de colonialismo no que venha a dizer) o senso dum tratado internacional ratificado por três estados imperar na ordem jurídica de oito nações soberanas; ou, limitando-nos ao Direito português, como pôde uma resolução (e não uma lei) dos deputados à Assembleia revogar um decreto-lei.
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