Autor.
José Duarte de Jesus, embaixador. Demitido do M.N.E. em 1965, convidado pelo ministro Franco Nogueira a deixar Portugal em 24 horas quando se soube que andara em conversas com Eduardo Mondlane da FRELIMO. Reintegrado no corpo diplomático ao depois em 1974.
«A Guerra Secreta de Salazar em África» (Dom Quixote, 2012).
Longa introdução (metade do livro). O A. ferra os E.U.A. com a primazia («pecado original») no recrutamento de elementos do Eixo e de Vichy como agentes anti-subversivos para contenção do comunismo no Ocidente após a II Grande Guerra. Vai-nos dando ali conta da rede e organizações criadas por estes elementos com esse fito, nomeadamente duma Organisation Armée Secret, suas ramificações e excrescências; enfoque na Aginter cuja actividade em Portugal e Ultramar visa ser o principal do livro.
O livro só faz jus ao título (com o nome de Salazar a promover a venda...) a partir do meio (pág. 127). Daqui em deante, revela-nos o trabalho dos agentes da Aginter fomentado por Portugal (por intermédio da P.I.D.E., ministérios da Defesa e dos Estrangeiros) e motivado pela estratégia da defesa do Ultramar, desde operações de apoio ao Congo Belga, fomento da contra-revolução no Congo-Brazzaville (apoio ao abade Youlu), operações de contra-subversão sobre os terroristas de Angola, U.P.A./F.N.L.A e M.P.L.A.. Aventa ainda o A. a intervenção (incerta) da Aginter no Biafra e outro tanto nos golpes de 11 de Março e na acção da Frente de Libertação dos Açores em 1975.
Das operações relatadas dou-me conta (o A. não o refere) da extensa projecção da acção geopolítica de Portugal antes de 1974 -- bem além das nossas fronteiras ultramarinas. Por contraste, o ruir de Portugal na voragem demencial de 1975, em que o 11 de Março dá plena imagem dum Estado à nora e sem cadeia de de comando -- ali, até Holden Roberto e a F.N.L.A. aparecem como co-adjuvantes contra-revolucionários (Alpoim Calvão). A intentona da secessão dos Açores (cuja independência foi negada «a priori» porque são habitados por gente branca) demonstra a volatilização de Portugal com o 25 de Abril, que podia ter sido ainda mais mais completa. Os Açores mantêm-se até hoje, sim, mas como parte de um todo que há muito se finou.
A quem o queira ler, a escrita é escorreita. O português é salpicado de barbarismos («intelligence» -- quando não «inteligência» -- por «informações» ou «serviço secreto»; um absurdo «deal» por «trato»). A ortografia é a portuguesa a pedido do autor (ao que isto havia de chegar!...) mas ainda se lhe cata uma «arquitetura» danada a páginas tantas. Outros erros tipográficos ou de revisão... -- O benévolo leitor que me ature esta publicidade gratuita, mas não tenha paciência para o livro pode em alternativa entreter-se com a publicidade que o «Público» lhe fez há dias.
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