... Vou passar a pôr acento grave em «sòmente»...
Não sòmente. Vou passar a pô-lo também no «pèzinho». E no «chapèuzinho».
...
Chapèuzinho em «pôr» já punha, que senão era «por».

(Calligraphia da Quarta República.)
De [s.n.] a 6 de Junho de 2012
Peço desculpa de não perceber onde quer chegar com as suas oportunas achegas à (incorrecta) acentuação nos vocábulos que cita. Excepto num, naturalmente. O defeito é meu, de certeza. Segui a ligação que deixou e fui ler o (último?) texto do respectivo Blogo. Lido apressadamente, embora, mas ainda assim duas vezes, o que é facto é que não encontrei nem as palavras e menos ainda os acentos tónicos trocados, como muito bem sublinha. Tratar-se-á de outro texto do mesmo Blogo?
Maria
Não é nada de especial. Decidi tornar a usar acentos graves e fiz disso um jogo de palavras.
A remissão procura sòmente informar donde tirei a imagem. Mas na legenda devia ter posto aspas em «calligraphia».
Desculpe!
Foi esta sua resposta que me levou ao local de onde tirou a fotografia. Dos anos felizes da instrução primária no Sport Algés e Dafundo, guardo uma memória querida e que a maturidade me fez valorizar com muito carinho: que ele aprenda e saiba escrever correctamente; se o faz com a mão esquerda ou a direita é o que menos interessa.
Eu era (sou) canhoto e a coisa passou-se pelo ano de 1966, imagino (o significado das coisas permanece, o pormenor da cronologia nem tanto). Nunca me fizeram sentir menos digno por, onde uns avançavam sem pensar a mão direita, eu, sem pensar, aplicar a esquerda (e ser o braço esquerdo aquele que sem mais dava a primeira braçada, nas aulas de natação). E ensinaram-me essas preciosas primeiras letras. E a nadar.
Isso e o gosto único de usar uma caneta de tinta permanente. Coisa que suponho seja, por estes tempos, um anacronismo incompreensível para a juventude.
Estupidamente não sei do paradeiro dessa Parker oferecida por meu pai. Que esteja numa das caixas, há tanto fechadas, e a que se impõe dedique algum tempo.
Cumprimentos,
Costa
De Bic Laranja a 7 de Junho de 2012
O meu irmão é canhoto e há-de rondar a sua idade. Não se consta de haver problemas com a escola e a mão com que redigia.
Por acaso vim a aprender do acento grave em «sòmente» com ele. Na minha instrução primária já fora suprimido e eu, certa vez em querendo usar a palavra, perguntei-lhe como se ela escrevia. Fazia-me confusão aquele «ó» aberto a pedir acento como em «só», mas «sómente» não me cheirava... -- «Vemos no dicionário» -- foi o que me ele disse. E o dicionário dizia «sòmente», e fez-me todo o sentido.
Mais tarde é que soube do decreto-lei 32/73 que mandou às urtigas os acentos graves e circunflexos nos derivados com sufixos em «mente» ou começados por «z». Um curioso decreto a reboque duma lei brasileira de 71 descrita nele como «um passo muito importante no caminho da unificação ortográfica». A adoração pelo brasileiro começou faz muito...
Cumpts.
De [s.n.] a 8 de Junho de 2012
Pelo visto não chegou ao destino um comentário que enviei há um bom bocado, no qual abordava esta temática dos acentos agudos e graves, mas noutra perspectiva. E ainda bem que se perdeu.
Não estava d'acordo com os acentos como os colocou, mas pus-me a pensar que se o fez é porque d'algum modo deveria ter razão.
Finamente cheguei à conclusão de que só por se tratar de um advérbio - e também nos substantivos, quando a vogal tónica antecede um Z - leva acento grave e não agudo, ao contrário de todos os outros casos em que essa será a norma correcta.
Sobre o acento grave que obrigatòriamente se tem de colocar num vocábulo, normalmente advérbio, quando a sílaba tónica passa de grave a esdrúxula - e que ninguém utiliza..., com a excepção dos antigos e bons jornalistas, ilustres intelectuais e linguístas, grandes escritores, só os de provecta idade, claro está (sem esquecer os digníssimos e brilhantes bloguistas), tem muito que se lhe diga.
Maria
p.s.: Qual o motivo por que colocou aspas nos exemplos que deu, uma vez que o sinal gráfico que colocou estava correcto? Presumo que se tratou de um pró-forma.
De Inspector Jaap a 9 de Junho de 2012
Ah! Então é isso, hein? Eu nunca percebi muito bem por que é que essas regras foram mudadas, mas agora, graças ao caro Bic , já sei o que se passou…a sabujice começou logo após um infausto acontecimento… ele há cada coincidências! Logo que o Estadista teve o seu passamento, começámos a abanar a cauda para os brasileiros, e, 4 anos volvidos, fomos “de vela”.
Com alguma sorte, pode ser que este regime da treta em que vivemos, soçobre também após 4 anos, o que quereria dizer lá para 2016…Cumpts
E parece que não tem nada a ver (embora, para mim, tem tudo e ainda mais um pormenor).
Os acentos graves, as canetas de tinta permanente e até o facto de ter aprendido a escrever - e a nadar! - no Sport Algés e Dafundo em 1966.
Bic Laranja ponto de encontro de memórias :-)
É-me gratificante sabê-lo. Muito obrigado!
:)
De Luís Ferreira a 7 de Junho de 2012
Bic Laranja,
peço-lhe que me envie uma mensagem para lhe expor uma ideia que já tenho há uns tempos.
De Bic Laranja a 7 de Junho de 2012
Se quer fazer o favor de dizer,
biclaranja[arroba]sapo.pt
Obrigado!
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