Há dias tomei nota no meu caderninho: «Av. da República, 37; anda neste Verão com uma vidraça toda partida (1.º andar) e uma sacada no 3.º às escâncaras.» Cuido que nem hajamos de chegar ao Inverno para a excelência lhe tragar o miolo e lhe cuspir venalmente a côdea...
Fotografias: Av. da República, 37 -- 1.º andar, Lisboa, 2008 (in Cidadania LX).
De [s.n.] a 11 de Agosto de 2012
Perdi uma comentário agora mesmo! Este pc está parvo! Um dos meus filhos diz que está óptimo..., por outro lado a minha filha diz que tenho que comprar outro... Não tarda optarei pela avisada sugestão desta última:) Isto de perder comentários constantemente e/ou perder letras ou estas aparecerem trocadas, obrigando-me a repetí-los continuamente, já me irrita.
Hoje (ontem), porque tive que ir a uma loja na Av. de Roma, passei ràpidamente pela João XXI, seguindo pela Av. de Berna. No cruzamento desta com a Av. da República, olhei para o edifício que faz esquina, do qual colocou aqui uma foto um dia destes. Está tal e qual, só que todo ele está sujérrimo! O edifício não é nada de especial, como afirmou nessa altura e eu concordo, mas pelo menos tem um aspecto sólido, a entrada será quase de certeza de mármore branco, rosado ou preto polido e a escadaria de uma qualquer madeira nobre, quase de certeza mogno ou outra de igual valia - não sendo eles só de vidro, tipo-Dallas. Os quais, de resto, neste regime ultra piroso, têm crescido como cogumelos pela capital e porventura pelo país inteiro.
No anterior regime era OBRIGATÓRIO por lei fazerem-se obras periódicas de manutenção, interiores e exteriores, em todos os prédios de Lisboa (não sei se também no resto do país) a cada seis ou sete anos, conforme aliás se lê nas notas oficiosas relativas ao 37, da Av. da República. Porque motivo esta lei deixou de ser aplicada?!? Ora, ora..., todos nós sabemos o porquê.
A gentaça que tem estado à frente da Câmara de Lisboa desde o 25/4, merecia a prisão pelos crimes urbanísticos e patrimoniais, que tem permitido quando não incentivado, nesta outrora lindíssima cidade.
A própria Baixa Pombalina, onde há vários anos tive oportunidade de visitar uns andares para venda, tem sido sucessivamente agredida na sua beleza arquitectónica. O interior das casas, aliás pèssimamente remodeladas e as assoalhadas pior divididas, é uma dor d'alma. Os tectos, inicialmente em estuque superiormente trabalhados, desapareceram por completo... para serem substituídos por tectos falsos!! Possìvelmente todos os frescos, de uma beleza sem par - à semelhança dos dessa casa da Av. da República mas porventura mais valiosos porque do séc. XVIII - também terão desaparecido. Visitámos poucos andares, mas deduzo que o interior da maioria seria de igual deslumbre. Sei que as paredes de dois deles estavam todas picadas, para, segundo palavras dos respectivos trabalhadores, serem todas repintadas!!! Podiam ainda ver-se os restos das maravilhosas pinturas. E o que é ainda mais estranho ou não..., foi terem-nos dito (num dos casos, mas terá acontecido a mesma destruição em todos os outros edifícios remodelados, presumo) que o novo proprietário era um funcionário superior da Câmara de Lisboa!!! Pois, concerteza, não 'havera' de ser...
Há cerca de três anos (mais ou menos) escrevi nesta casa sobre este mesmo assunto, afirmando que era um verdadeiro crime o que tinha acontecido e continuava a acontecer ao interior dos edifícios da Baixa de Lisboa. Um crime monstruoso e inadmissível de lesa-património. Fosse este um regime político decente (e decididamente NÃO o é) e semelhante proeza levaria os culpados à prisão. Sem a mais leve sombra de dúvida.
Maria
Nota: Tomei conhecimento, através do CidadaniaLx, que há um grupo de heróis com disponibilidade para ficar de vigília junto do 37 de Av. da República, em caso de perigo de demolição. Pois bem, eu juntar-me-ei a eles caso seja necessário. Mas, dado o forte movimento destes bravos portugueses, acredito que não o vai ser.
De Bic Laranja a 16 de Agosto de 2012
O mais notável (ha-de ter reparado) do 77 da Av. da República (Av. de Berna, 2) é a tela publicitária. Hoje os edifícios fazem-se grandes (também) pela grande superfície para afixar anúncios. Um primor cultural.
Sobre o 37, é um caso perdido. Lisboa é toda ela um caso perdido. -- Mais o cheiro. -- Tento alhear-me já destes penosos cuidados, quando não morro deles. O fado de Lisboa agora este.
Cumpts.
Comentar