Por ironia, toda essa gente veio acorrendo ao chamamento de uma facção visigótica, em guerra contra a outra.
A grafia é um pitéu.
Abraço, Caro Bic
Mudei-a. Portanto fico na dúvida: qual delas?
Cumpts.
De Inspector Jaap a 24 de Novembro de 2012
Concordo com o PCP (ele há ironias!) referindo-me à que está no verbete; suculenta, de facto!
Cumpts
A coisa só se complica quando vemos que os últimos estudos dizem-nos que grande parte das tribos berberes que invadiram o território peninsular eram cristãs. Exactamente, não leram mal, cristãs.
Ou que grande parte da ocupação militar de certas regiões, especialmente Valência, tenha sido entregue a eslavos acabados de converter ao islamismo.
A entrega de terras a recém convertidos compreende-se bem. Dos berberes serem cristãos, porém, não tinha notícia.
Cumpts.
Além de que, aquilo que a típica dinâmica da Lei nestes tempos nos diz é que, pela recorrente necessidade que os reis godos tiveram de incrementar medidas restritivas aos judeus e à sua liberdade de culto é somente sinal de que essas medidas não eram reforças, na prática, com acção das autoridades.
Ou seja, possivelmente a razão pela qual os judeus ibéricos prosperassem na Península, mais do que outro sítio qualquer da Europa Ocidental e apesar de toda essa legislação em contrário fosse simplesmente porque a lei não era aplicada (porque ignorada, quer pela incapacidade da Coroa para as fazer cumprir quer porque eram esquecidas).
A feitura de leis de resposta a um caso atesta o caso, não prova a eficácia da lei sobre o caso, isso é verdade. Mas daqui não garanto que a lei era ineficaz em toda a medida.
Cumpts.
De Venâncio a 24 de Novembro de 2012
Muito interessante.
Mas as coisas complicam-se mais ainda que entendermos que não houve "invasão" nenhuma, que ela faz parte da leitura catastrofista da História, muito española, feita de rupturas, embates, conquistas e... invasões. Os berberes estavam "cá" desde há muitos séculos, e ainda estão. Ainda estamos.
Houve, de facto, uma deslocação de tropas berberes, em 711, que cruzaram o Estreito, em auxílio de quem as chamou. Mas não conquistaram nada de substancial. Foram, sim, um detonador de sublevação das gentes do Sul contra o poderio germano. O creme árabe e islâmico em cima do bolo é que não estava no programa. Teve coisas excelentes, teve coisas deploráveis.
De Venâncio a 24 de Novembro de 2012
Corrija-se:
mais ainda SE entendermos (claro)
Ó diabo! Somos berberes?! Só se for naquela teoria da passagem de África à Europa pelo Estreito ainda no Paleolítico. Aí sim, estaríamos cá havia muitos séculos. Milénios. Mas neste caso em que ficamos com o menino do Lapedo?
Entendo-o, porém.
Muitos ou poucos (berberes, árabes, eslavos recém-islamizados, ou judeus nalguma cabala), o facto é que islamizaram as hespanhas. Fôrça, de certo, haviam de ter: militar, cultural. Mas nem precisariam de muita pois que a Hespanha era sôbre tudo um ermo.
Cumpts. :)
De Venâncio a 27 de Novembro de 2012
Não, caro Bic, não "somos" berberes. Somos portugueses, e é um pau.
Dizer-me, eu, "berbere" é um gesto polémico, para chatear os meus essencialistas contendores galegos que juram ser "celtas". E que, propagando uma Portugaliza, asseguram serem-no os portugueses também.
O facto é que qualquer baixo-alentejano que chegue a Marrocos (o meu caso) dá de caras com tios, primos e mais gente chegada, de Tânger a Ouarzazate. Tem de haver um parentesco étnico. Ou, jogando pelo seguro, facial.
Admito que já assim era há três, quatro mil anos. Somos, ali em baixo, gente moura. Como há gente eslava, gente celta, gente germânica.
Mas tem razão, a Hespanha era um ermo. Ainda é. Se vir aquelas fotos do espaço com a iluminação pública da Península, verá uma orla iluminada, Madrid iluminado e uma imensidão no escuro.
Abraços.
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