Governo ameaçou a Academia das Ciências por objecção ao Acordo Ortográfico
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O responsável da área cultural no [XVII.º] governo ameaçou inclusive o presidente da Academia das Ciências [prof. Adriano Moreira] de extinguir a Academia – sim, sim, de extinguir a Academia! – pelo facto de ela não estar ao lado do governo nessa matéria -- foram as palavras de Anselmo Soares, em 28 de Março na audição do grupo de trabalho da Assembleia da República que acompanha a aplicação do Acordo Ortgráfico.
O prof. Anselmo Soares, actual vice-presidente da Academia, declarou ainda aos deputados do grupo de trabalho que aquela instituição é, segundo a lei, o órgão consultivo do governo em matéria linguística, e que não foi ouvida acerca da ratificação do Acordo. Disse-o por três vezes, querendo frisar -- Não foi ouvida. Isto é um dado objectivo factual. Não foi ouvida. Antes dissera já, procurando enquadrar os deputados com o problema, que os trabalhos preparatórios para a entrada em vigor do Acordo nunca se fizeram. E durante vinte anos estivemos a olhar uns para os outros [...] E justamente ao fim de vinte anos, um membro do governo de então, que antecedeu a professora Gabriela Canavilhas na [pasta] da Cultura, decidiu, com argumento político, pôr em vigor imediatamente o Acordo. Sem ouvir ninguém. E tornou a sublinhar. A Academia não foi ouvida. O prof. Anselmo Soares manifestou-se equidistante de posições extremadas, dizendo-se a favor do Acordo naquilo que não mexe com a fala, e deu o exemplo do caso do «espectador» em que agora as televisões já estão a pôr o «c»; porque chegaram à conclusão que era uma vergonha o «espectador», não é? -- dando a entender que as consoantes mudas são necessárias ao português.
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 Informou a este propósito os deputados de que o Vocabulário da Academia das Ciências recentemente publicado tem o lexema «ótico» e tem o lexema «óptico», respondendo-lhes à admiração com veemência: – Tem o «p»! – Tem o «p», com certeza! Para os olhos. Para distinguir os olhos dos ouvidos. Mas é inacreditável! As pessoas não pensam, não raciocinam. Querem-nos obrigar à força a escrever contra a nossa fala. Contra a nossa fala. Referiu-se a colegas da Academia como sumidades indialogáveis, a favor e contra. E sobre Malaca Casteleiro não se conteve: -- Quem ouve o meu colega Malaca Casteleiro parece que ele sabe tudo. Francamente!
---- A transcrição ipsis verbis da audição do prof. Anselmo Soares foi ontem publicada na página da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico (ilcao.cedilha.net) onde pode ser lida na íntegra. A gravação áudio é facultada na página do grupo de trabalho da Assembleia que intende à aplicação do Acordo Ortográfico. Até este momento (1h00 da tarde de 12 de Abril de 2013) não tive notícia de nenhuma notícia deste teor difundida na imprensa. Ficam desde já os jornais livres de publicar esta.
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(Ultima revisão às 4h50 da tarde.)
De sc a 12 de Abril de 2013
Mas quer uma notícia que confirma que o estado português usa métodos dignos da máfia?
Nenhum jornal se atreve!
Esperemos é que o grupo de trabalho não se transforme num grupo de branqueamento do acordo.
De Marcos Pinho de Escobar a 12 de Abril de 2013
A ânsia nacional-demolidora desta canalha não conhece limites. Resistamos de todas formas possíveis.
Abr.
De Bic Laranja a 12 de Abril de 2013
Os calhordas são já mais do que nós. Resta-nos só não asfixiar.
Cumpts.
De Inspector Jaap a 18 de Abril de 2013
Tem o caro Bic mais razão do que imagina.
Há dias recebi um correio electrónico dum mestrando duma qualquer universidade do galo de Barcelos, que me perdoe o dito, a pedir que lhe respondesse a um questionário… blá blá blá
Eis a minha resposta:
- Exmº Sr. Dr.
Foi com agrado inicial que recebemos o seu correio electrónico abaixo.
Tristemente para nós, verificámos depois que está escrito nesse colossal monumento à imbecilidade que dá pelo nome de aborto gráfico (AO), pelo que somos forçados a declinar o seu convite, em virtude de não dispormos de tradutor de tupi….
Ora, se isto já vai assim nesta fase, daqui a pouco tempo estaremos no mais escuro breu da noite cultural que dará o nome a esta idade: a das trevas.
Cumpts
Escrita de analfabetos. O que havíamos de ter de aturar.
Cumpts.
De Sc a 13 de Abril de 2013
Ameaçou de EXTINÇÃO.... Não omita essa.
Não foi uma qualquer ameaça!
De Bic Laranja a 13 de Abril de 2013
Está no primeiro parágrafo da notícia. Mas podia figurar no título, é verdade.
Cumpts.
De c a 13 de Abril de 2013
O Casteleiro não sabe tudo. A especialidade dele nem sequer é ortografia.
E ele já avisou que o "acordo" não diz respeito à linguística, mas à política.
Pertence, segundo se diz, a uma importante loja maçónica.
De Bic Laranja a 13 de Abril de 2013
A especialidade do Casteleiro parece nenhuma, salvo talvez pôr avental...
Cumpts.
De
tron a 13 de Abril de 2013
fascistas, se comparados com estes mafiosos maçons, Salazar começa a ter uma certa santidade
De [s.n.] a 13 de Abril de 2013
O verdadeiro rocambolismo que é o Acordo Ortográfico-90 tem que acabar. É obrigatório que sua implementação seja revogada. Aliás nem sequer está em vigor por decreto-lei e, aberração máxima, já foi adoptado, a "mando ministerial"!..., por todas as instituições do Estado e estranhamente (ou não) por televisões, jornais, revistas, etc., todas privadas e, imagine-se o despautério?!, até por escritores - não todos, felizmente - e respectivas editoras literárias!
A nossa língua, património inquestionável do povo português, é demasiado preciosa para sofrer tratos de polé por oportunistas e traidores que de portugueses nada têm a não ser o lugar de nascimento. Traidores estes que só respeitam e obedecem a uma ideologia maléfica cujos ideólogos levaram Portugal e o seu povo à ruína física e moral numa questão de quatro décadas. Quem manda na língua portuguesa são os portugueses genuínos e mais ninguém. Aqueles que adulteram a ortografia e a fonologia do português, com segundas intenções altamente suspeitas, não merecem respeito algum. Quem devemos homenagear são os prestigiados linguístas e lexicologistas que ao longo dos séculos amaram a sua Pátria e acarinharam e engrandeceram a sua língua. Só se admitem eventuais alterações ortográficas e lexicais no português (e jamais fonética), pontual e exclusivamente para a enriquecer (e não para a abastardar) se e quando, após estudos aprofundados por intelectuais probos, tal se julgar absolutamente imperioso. Esta será a única excepção compreendida e consentida pelos portugueses. E, repete-se, a ser levada a efeito, só e exclusivamente por linguístas, etimologistas e foneticistas cuja honorabilidade e prestígio estejam acima de qualquer suspeita.
Fala de valores e maneiras de agir ponderadas, sérias. E o único valor destes ciganos é o esbulho sob ameaça. É a esta corja reles que estamos entregues.
Cumpts.
De Joe Bernard a 13 de Abril de 2013
Simplesmente ignóbil!
Exactamente. E banal.
Cumpts.
De Zephyrus a 14 de Abril de 2013
Já a primeira revisão republicana foi uma imbecilidade.
Lavagem ao cérebro. Estão à vista os meandros do uso do idioma como instrumento ideológico, a sua «praxis» e os seus intentos: a imbecilidade geral.
Cumpts.
Sua, republicana (I.ª e III.ª), bem entendido.
Cumpts
Francamente, não fiquei muito admirado com a atitude do indivíduo do governo, porque a extorsão e a ameaça são práticas correntes do poder político em Portugal.
De feito. Mas fascistas foram só os outros...
Cumpts.
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