Deplora-se o fêcho da Sá da Costa. Esta manhã a emissora 2 fez de estar lá a entrevistar uma empregada. Contou esta do pai de M.ª Barroso parar por lá, organizar tertúlias que se animavam contra a P.I.D.E. (naturalmente!).
O que se deplora é a morte do Chiado, no fundo. A Sá da Costa, aberta ou fechada, é só um vestígio dele. A alma do lugar já não mora ali, na Sá da Costa nem no Chiado. O Chiado hoje é como um sítio arqueológico. O prof. Hermano Saraiva, em vivendo, poderia levar-nos por lá, por este Chiado sem alma e animar-no-lo com lendas e narrativas, do mesmo modo que nos fazia escutar as pedras caladas de Conímbriga, de Ammaia ou de Centum Cellas. Mas hoje nem isso nos sobra. A Sá da Costa fechou justamente quando fazia um ano da morte de Hermano Saraiva e o Chiado só não lembra aí a ninguém como ruína porque o mato nem os arqueólogos não tomaram ainda o lugar dos bárbaros que o invadem neste vazio de civilização. É um lugar morto. A Sá da Costa fechar ou ficar é como um fuste sem capitel; tombado ou levantado não suporta nada. É vestígio arruinado da civilização que há muito se finou por ali.
L. Camões -- (c) 2013
(Revisto às cinco para a meia noite.)
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