O agramatical Saramago teve-se muito na conta de semi-deus. Ao depois de nobelizado as televisões endeusaram-no o resto que faltava. Das diabruras saneadoras no Diário de Notícias ou de aconchegar a roupa ao pêlo da primeira mulher nem pio. E também não consta que tenha agradecido o jeito nobelitante ao Sousa Lara. Enfim! Desde Homero que é consabida a sobranceria dos inquilinos do Olimpo mai-lo seu caprichoso pôr e dispor dos mortais.
Por estas e por outras nem estranhei quando lhe ouvi que o olímpico Acordo Ortográfico não era muito consigo. Sabia ele ser bem aquilo mais um capricho dos deuses para amofinar os mortais e que, no fim, o paganismo anti-católico ou os arremedos da musa do samba é que são sagrados.
Não estranhe o benévolo leitor, pois, os ínfimos Job e Caim -- ou a bíblica Sodoma -- saramagalmente grafados com minúscula. Nem se admire de ser Deus um senhor surdo como um velho qualquer. Os diabretes dos revisores lá estão, e guardam a saramagal escritura como os anjos do texto, pontapeando aspas em discurso directo ou demais pontuação. Mas o diabo, o diabo, é sambar com o pato!

Saramago, Caim,, 12.ª ed., Caminho, 2011.
Imagem de João Roque Dias no livro das fuças, apud Aventar.
De Monteiro a 19 de Outubro de 2013
Bom dia
Qual é o problema ? O Senhor tem o direito de almoçar com o Diabo, esta vez foi um pato, podia ter sido um frango, um bacalhau ou uma sardinhada. Finalmente um sem o outro não existem
Bom fim de semana
De Bic Laranja a 19 de Outubro de 2013
Não existem Um sem o outro? Isso agora é que já não sei.
Cumpts.
De monteiro a 19 de Outubro de 2013
Tenho uma receita de arroz de pato de Maria de Lourdes Modesto, que é mesmo de se (danar).
Cumpts.
De Bic Laranja a 19 de Outubro de 2013
Aprecio.
Cumpts.
De Paulo Chinopa a 19 de Outubro de 2013
Estou espantado! O que é que isto tem a ver com Saramago? O AO90 quando entrou em vigor já ele era cinza....aliás, segundo os entendidos sob a vigência do AO mantém-se pacto. Portanto é gralha e incompetência do revisor....será?! Ele há coisas do diabo!!!!
Vamos por partes.
1) Numa das últimas entrevistas (à SIC Notícias, salvo erro) foi-lhe perguntado do Acordo Ortográfico. Respondeu que era tarde para ele mudar a sua escrita e que seria trabalho para os revisores. Caucionou o Acordo, para todo o efeito.
2) «Pacto» é «pacto», de facto. Mas «facto» também é «facto» e veja lá o Diário da Republica. Mas não colhe dizer que é mera nabice do revisor. A causa de o revisor dar em nabo foi a mudança ortográfica, desnecessária e assassina que liquidou sete décadas de estabilidade gráfica do português. Se nos revisores já vemos pelo calibre do disparate como o domínio da ortografia é periclitante, calcule então o que há-de ser com o resto da gente que, como sabemos, pouco dada às letras é.
3) Coisas do diabo são os detalhes. Os detalhes que lhe já acima dei e um mais diabólico que lhe deve ter passado. Se o Acordo Ortográfico é agora aplicado (e mal) aos textos do Saramago mutilando consoantes etimológicas com valor diacrítico, por que não é ele aplicado às maiúsculas dos nomes próprios? Que sentido faz adulterar o original do autor para lhe encostar o estúpido Acordo Ortográfico apenas na medida da Base IV, descuidando as mais, mormente as regras das maiúsculas e além delas as regras gerais da pontuação?!
A conclusão parece-me óbvia... Pois se querem caucionar o desconchavo ortográfico com a obra do Saramago, que o façam em pleno e normalizem-na por inteiro. Pode ser que finalmente os brasileiros a leiam sem se atrapalhar. Os portugueses virem a fazê-lo é que ponho mais dúvida.
Cumpts.
De Joe Bernard a 19 de Outubro de 2013
Gosto mais de pato com laranja, ou arroz de pato!
Pato com o diabo, pode ser bom, mas nunca provei...
De Bic Laranja a 19 de Outubro de 2013
Vou por si.
Cumpts.
De [s.n.] a 20 de Outubro de 2013
O que é que seria de esperar de uma criatura que além de comunista assanhado (o que fez dele automàticamente um anti-patriota e uma pessoa má) - já nem falando da razia criminosa que fez aos 24 jornalistas, sérios e honestos profissionais de longos anos ao serviço do Diário de Notícias (onde ele próprio se amesendou assim que surgiu a oportunidade) contra vontade da maioria dos jornalistas e da Redacção do jornal com o único propósito de lá meter os amigos do partido e mais alguns parasitas da sua igualha, que doutro não teriam onde cair mortos - basta atentar no seu sobrenome e constatar-se-á que atitudes traidoras como as que ele tomou só podem provir de dois tipos de pessoas, que afinal são uma e a mesma: a ideologia satânica que professava e a respectiva ascendência rácica que não deixam mentir. Pessoas desta índole são possuídas de um espírito maléfico intrínseco e são invejosas por natureza e capazes de praticar o pior dos males, por ódio, a todas as outras que não partilhem das suas ideias e/ou ideologia.
Caso se duvide, a História dos últimos cem anos, pelo menos, está fartíssima de o demonstrar.
Maria
De [s.n.] a 20 de Outubro de 2013
Esqueci-me de outro pormenor relativo à vasta erudição desta personagem de lenda.
Vá lá, vá lá, neste pedaço de prosa, pelo menos no que ao livro em questão diz respeito, o que já não é mau de todo..., ainda se dignou acentuar e pontuar a escrita!!! Até admira, já que para ele os sinais ortográficos e as letras maiúsculas nos substantivos próprios eram completamente dispensáveis. Por outras palavras, lexicogràficamente e sintaxiològicamente a língua portuguesa para ele valia zero. Que grande nobelizado que este nos saiu.
Maria
De Bic Laranja a 20 de Outubro de 2013
Não generalizaria tanto, mas que era um toleirão duma cegueira ideológica intratável, era. E não se deixe enganar pelo excerto. Só por engano há ali um ponto final ou qualquer outro sinal de pontuação que não vírgulas. Que monólito!
Cumpts.
É caso para dizer, que soube a pato!
De Bic Laranja a 20 de Outubro de 2013
Deve ser caldo Knorr.
Cumpts.
De
tron a 20 de Outubro de 2013
Pato a provençal, é pato no forno e com castanhas numa base de vinho branco, chato de se fazer, mas segundo alguns conhecedores vale a pena o trabalho.
Pato com o diabo... bem deve ser algo a ver com claque do Sport, Lisboa e Benfica "Diabos Vermelhos"
De Bic laranja a 20 de Outubro de 2013
É. Lá vermelho era ele.
Cumpts.
De
tron a 21 de Outubro de 2013
Sim é um facto e é outro facto que nunca fui capaz de ler um livro dele, gosto mais do Eça ou dos mais "modernos" em termos portugueses: João Aguiar ou aquele moço que apresenta o Telejornal ou outro chamado Luís Miguel Rocha que é inspirado Q.B. para me manter o vício da leitura em dia.
Agora de resto me viro para escritores estrangeiros, sobretudo por causa do custo dos livros (alguns deles já falecidos como Ian Fleming, ou o seu substituto nos livros de James Bond, John Gardner)ou então algo mais ligado a séries de ficção científica ou pesquisa científica, na condição de serem bons e eu os poder pagar
De mujahedin a 21 de Outubro de 2013
Já eu, dou graças pela Internet mais a vontade de quem empreendeu a digitalização de uma data de obras em portuguez, incluíndo muitas de Camilo, umas poucas de Eça, e várias outras de vários autores, tudo disponível à borla e nos vários feitios próprios para vários programas ou dispositivos de leitura electrónicos que se queiram usar, no Projecto Gutenberg.
Naturalmente há um acervo ainda maior de autores estrangeiros, em os querendo.
Assim, por maior que possa ser o "vício" da leitura, pretensiosos como Saramago, que se crêem mui originais e "criativos" degradando a sua língua, ao invés de com ela e nela criarem mais e melhor, felizmente só se lêem por sofrimento auto-infligido.
Quem quiser ler quem não precisava, nem precisou, de subverter o português para se distinguir, tem nesse Projecto Gutenberg muito por onde se entreter.
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