Não me recordo de ter visto este episódio quando foi inicialmente exibido. Anteontem fui vê-lo e como sempre gostei. Mais do que o tema, ainda que também, apreciei sobretudo o modo como esclarecedor e extremamente persuasivo como o Professor o apresenta. Mas não admira, esta característica era-lhe intrínseca. Maria
Um muito obrigado ao "Bic Laranja" por esta evocação. Apenas acrescento uma imagem que me ocorreu quando agora revi este excelente episódio dos "Horizontes da Memória". Não posso precisar quando foi, mas seguramente há mais de 15 anos, estava eu a assistir a um programa na TV da "Euro news" quando esta Estação exibia uma reportagem sobre Actividades artísticas. A União Europeia tinha solicitado a diversos artistas plásticos que cada um fizesse um trabalho alusivo a cada um dos Países da Comunidade. A reportagem foi mostrando os diversos trabalhos até que apareceu o que representava o nosso Portugal. Num primeiro relance achei-o pouco ou nada interessante mas depois compreendi o que era aquilo: Portugal era representado como uma "Tábua de cozinha em madeira com o seu contorno igual à configuração de Portugal Continental. Em cima dessa tábua estavam desenhados três BIFES: um com a configuração do Brasil, outro com a configuração de Angola e outro com a configuração de Moçambique. Aos olhos dos nossos parceiros europeus apenas representávamos aquilo que lhes apetecia para satisfazer a sua GULA. Oh vã cobiça! Tenho muita pena de não ter gravado a Euro news naquele dia.
A propósito da CP e do Prof. Saraiva, que aqui nesta História já está 'limpo' pelo Mário Soares, em 1999 nos 'Horizontes' sobre o Rio Minho diz que um tal Dantas fez muito por Paredes de Coura que até levou para lá o comboio. Seria caso para dizer...é só promessas, o comboio nunca chegou a Paredes de Coura, mas o Prof. nada disse sobre o caso.
Está lá tudo. O homem que fez tudo em Paredes de Coura, que fez a própria Paredes de Coura não havia de por lá pôr até o comboio? Pois não está tudo dito no epílogo? Quem queira ver um homem assim pode ver-lhe o retrato, e depois o óleo, que já o melhora, e depois no busto na praça, que o enobrece ainda mais. Por via das dúvidas fica dito: «a História é assim mesmo, transforma a humanidade em mitos». Empolgação de oratória? Sublime ironia?... Quem souber a resposta é bem capaz de ouvir retinir o tal sino de ouro que soou ao Miguel d'Antas. Se quiser tentar vá lá ouvir o episódio outra vez.
'O Dantas faz estradas, o Dantas traz o comboio, o Dantas faz o Edifício da Câmara, o Dantas faz tudo' Faz (fez) tudo, menos trazer o comboio. É esta a sublime ironia do Prof. Saraiva. Quis dizer que o que estava atrasado, atrasado continuou e atrasado ficou. Porquê ironizar com a falta de comboio em Paredes de Coura?