Certa vez, rapazote e patego, vi-me encaminhado para a biblioteca da Gulbenkian para fazer um trabalhinho de grupo — Foi no tempo do Fumaça; o trabalhinho era sobre os Egípcios. — Pois estando por lá, na Gulbenkian, dei em cirandar e num auditório vi que estava um orador magro de olhar vivo, calvo, já velho, mas cuja voz me soava familiar e cuja palestra era sobre cinema; por ela prendia uma plateia atenta e em venerador silêncio. Cheguei-me à porta com pés de veludo e calado, com medo de perturbar ou ser notado, mas apanhado por aquela voz. E quando cheguei a casa tentei explicar à minha mãe quem fora que vira, decerto famoso, talvez da televisão, que me prendera a ouvi-lo, nem sei bem...
— Ah! Se falava de cinema há-de ter sido o António Lopes Ribeiro — foi a minha resposta [i.é, a que recebi].
Pois era. Foi a única vez que o vi ante mim. Olhe que era admirável a atenção daquela plateia e como o seu discurso a cativava.
Não me recordo do Museu do Cinema, porém.
Recordar-me daquelas D.ªs Amélias já não é mau.
(Imagem: António Lopes Ribeiro, Museu do Cinema, in Colorize Media.)
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