O confrade Manuel recorda no Gasolim o acidente ferroviário entre Algueirão – Mem Martins e a Portela de Sintra em 20 de Dezembro de 1965. Dá notícia sumária do caso — um comboio de mercadorias partiu inexplicàvelmente de Sintra pela contravia e chocou de frente com um tranvia com destino a Sintra — e remete-nos ao blogo de Algueirão – Mem Martins onde uma nublosa recordação do caso aparece comentada a propósito e a despropósito por gente mais ou menos coisa...
Alguns comentários são testemunhos de memória oral, mas — fatalmente, nesta era democrática... — lá se nota a colagem pavloviana duma tragédia de aparentes razões prosaicas ao malévolo regime do Estado Novo. — Nem sei como era permitido haver comboios...
Os idiotas que lá misturam a P.I.D.E. e a censura podiam ler com proveito o insuspeito Diário de Lisbôa de 21/12/1965 fotocopiado para o Mundo pelo «pai da democracia» lá na fundação que a rica dita lhe subvenciona. Está tudo no jornal, expressamente visado pela censura e em melhor reportagem dos factos do que livremente se hoje lê na imprensa, aposto. Fàcilmente perceberiam (ou não, dependendo do embotamento doutrinário) que contar e identificar vítimas esquartejadas por acidente tão violento como o que se deu é mais difícil que trautear a tabuada. É ler o jornal, por conseguinte, e o do dia seguinte também para ver como o inquérito foi entregue à Polícia Judiciária por se ver o Delegado da Procuradoria-Geral da República da comarca de Sintra a braços com tanto trabalho, já então, que não seria capaz de produzir conclusões em tempo útil. Eis a pista. Calhando a curiosidade histórica actual dar em vasculhar o arquivo da P.J. talvez nele ache as almejadas provas da conspiração do silêncio entre o «fâchismo» e a C.P. que alguns doutrinadamente atribuem ao caso. À parte isso outra conclusão mais simples — e não serão precisos grandes trabalhos para lhe chegar — é que a memória é curta e atraiçoa. Se partirmos do erro de que a tragédia foi três dias depois de ter sido, em poucos jornais dessa data errada lhe acharemos notícias. Isto se as sequer procurássemos, claro, como apesar de tudo parece que foi com o autor do blogo de Algueirão – Mem Martins, sr. Hugo Nicolau, que menciona o Correio dos Açores como fonte da notícia que deu do caso.
Quem se interessar pela explicação da tragédia tem, pois, pistas sólidas para seguir.
(Págnas do Diário de Lisbôa de 21 e 22 de Dezembro de 1965 à conta Fundação do irmão do dr. Tertuliano.)
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