Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2021

De Portugal ao carnaval

Interessante, pois denotativo do ambiente boçal actual, é o facto de que — ao que consta — a imprensa (pelo menos a audiovisual) não ter comparecido no funeral do mítico militar. Apesar do Presidente Sousa (ele que até a banhos de mar leva as equipas de reportagem) lá ter estado. Ou seja, a lumpen-intelectualidade portuguesa (imprensa e academia precarizada) não sabe que fazer com a história recente do país.

J.P.T., «A propósito de Marcelino da Mata», in Delito de Opinião, 16/II/21.

*    *    *

Dia de Portugal, vai para 50 anos

Comemorações no Dia de Portugal em Luanda («O Turismo, C.I.T.A., Junho de 1971)

(«O Turismo», Centro de Informação e Turismo de Angola, Junho de 1971.)

 

 

Escrito com Bic Laranja às 11:35
Verbete | comentar
12 comentários:
De [s.n.] a 16 de Fevereiro de 2021
Está bem que ninguém se pode comparar ter as maiores condecorações do Exército Português, por feitos em combate na guerra da Guiné e sendo promovido de simples soldado a oficial superior (Ten. Coronel)mas no funeral de Marcelino da Mata estiveram presentes o Chefe de Estado, o Chefe Estado Maior das Forças Armadas, o Chefe Estado Maior do Exército e muita gente.
Conheci pessoalmente o Da Mata, lá em directo e a cores, no regresso duma filha da mãe duma operação: nós estupefactos a vê-lo chegar com o seu Grupo de seis homens, parecia o "rambo".
Fora as várias "situações da guerra" Marcelino da Mata foi um herói naquela violenta guerra da Guiné e ainda hoje por aquelas paragens é recordado pelos meninos, agora homens com mais de sessenta anos, que gostavam ser como o Da Mata.
Mas agora, também, dizem: Por mais que um pau fique na água a boiar nunca se transforma em crocodilo.
De resto, todos os dias vão morrendo outros heróis da guerra da Guiné e não aparecem destas notícias à la mode.

Cumpts.


De Bic Laranja a 16 de Fevereiro de 2021
Felizmente estiveram. Haja esperança, porque a apagada e vil tristeza deste portugalinho não cuido que hajamos de sair. A sperança é de que Portugal não se appague. Sendo que já acabou…
«Conheci pessoalmente o Da Mata, lá em directo e a cores, no regresso duma filha da mãe duma operação: nós estupefactos a vê-lo chegar com o seu Grupo de seis homens, parecia o "rambo".»

Pois! Mas o Rambo é dos filmes maricanos. O Marcelino é real. E (espanto!) é português da Guiné.
Bem sei que morrrem muitos da guerra da Guiné. E de Angola e Moçambique. E tantos doutros séculos, na Índia, na Arábia, Pérsia, China… Não há notícia deles. Parece que são vergonha nossa. Pensar que uma esquina da Europa tem isto tudo de seu e só por si. Dá que pensar como é que se apaga.
Cumpts.
De [s.n.] a 16 de Fevereiro de 2021
"rambo" dito agora em termos comparativos, mas queria dizer: quase sozinho como "o dos filmes amaricanos".

Cumpts.


De Bic Laranja a 16 de Fevereiro de 2021
Melhor ainda!
:)
Cumpts.
De José Almeida a 16 de Fevereiro de 2021
O PR o CEMFA e o CEME estiveram presentes no funeral do lendário Marcelino da Mata. Mas era o mínimo que poderiam fazer.
Um companheiro dele que quis ir ao seu funeral, não o conseguiu porque, intencionalmente ou não, não havia informação disponível nos média acerca do local e hora para o acto fúnebre.

Aquando da Operação Mar Verde em 1970, ele já era uma lenda.
Um herói que conseguiu sobreviver a tudo e até aos militares afectos ao MRPP que durante o PREC o torturaram e tentaram em vão liquidar (como não conseguiram, fugiram depois como coelhos assustados com medo que o grande guerreiro lhes desse caça...!)

Há de facto mais heróis, como os desta fotografia, mas que foram esquecidos da forma mais humilhante e que mais nos poderia envergonhar:
Com a debandada portuguesa das colónias, soldados africanos mas tão portugueses como nós pois lutaram por Portugal, foram deixados para trás e abandonados à sua sorte pelo Estado português, permitiu que fossem fuzilados às centenas às mãos do PAIGC, do MPLA e da FRELIMO.
Só de uma vez, em Bissau, foram perto de 100 segundo uma testemunha visual que, por acaso, até era meu amigo.

E foi assim que começámos por construir a democracia, a mesma sob a qual se abrigam os Mamadou Ba que nos governam...



De Bic Laranja a 20 de Fevereiro de 2021
As chefias foram ao funeral de dilaceradas pela vergonha de ir e de deixar de ir. Desemburrou-as a sem-vergonha de comparecerem a uma espécie de funeral clandestino facultado pela ausência da imprensa.
É tudo tão feio.
A somar à infame debandada de África que devém agora na lambe-cusice aos mamadus que colonizam por cá.
Mais feio que isto não sei se haverá.
Cumpts.
De JCB a 17 de Fevereiro de 2021
Na fotografia militares da unidade de Flechas, que se distinguem pelas boinas camufladas. Unidade criada e dirigida pelo inspector Piçarra Cardoso, da Pide/Dgs, nas terras do Cuando_Cubango, Angola, onde operavam inicialmente. Mais tarde tiveram unidades no Norte. Naturalmente terão sido fuzilados depois do abandono da sua Terra nas mãos dos terroristas comunistas que seguiram.
De [s.n.] a 18 de Fevereiro de 2021
Parece que estes Flechas, em Angola, e os Comandos Africanos, na Guiné, estavam a preocupar por cá.
Grito do Ipiranga chegou o do Brasil, e lá se ia o do Minho a Timor.
De [s.n.] a 19 de Fevereiro de 2021
Em 1972 falava-se do carisma de Spínola na Guiné, com a sua tropa de elite Comandos Africanos, e o mesmo com Jorge Jardim em Moçambique, com os GEPs, (fiz confusão com os Flechas) e da possibilidade de novos "Grito do Ipiranga" naquelas paragens.

Cumpts.
De Bic Laranja a 20 de Fevereiro de 2021
O eng.º Jorge Jardim só se manifestou depois dos entreguistas se livrarem, humilhados, do fardo em Lusaca.
O Spínola julgava-se capaz de muito; fez o que fez e viu-se no que deu. Para um general, m… para a sua estratégia.
O grito do Ipiranga deu-se; foi o levantamento de rancho na metrópole. Portugal daquém e dalém mar ficou tão livre que se livrou de terras, bens e gentes. E até de ser. Foi-se.
Cumpts.
De [s.n.] a 20 de Fevereiro de 2021
Num caso e noutro parece que havia qualquer coisa parecida à Ian Smith.

Cumpts.

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