Dias de S. Voto
Quem se mete com a religião leva. Mais que com o P.S. Nem que venha de lá o futebol.
Os zelotas esquerdóides queixaram-se dum Sporting-Porto como quem se queixa de caderninhos cor-de-rosa para meninas. — Sacrilégio! — A Sancta Bola de Todo-o-Ano parece que se tornou agora nefando pecado em dias de S. Voto. Mas os sacristães de turno estão aí para estes jeitos; são precisas manter as aparências do mando e a ordem do mundo: jogos de bola em dia de procissão eleiçoeira hão-de ser, devem ser, já, já, proibidos. O grande arquitecto nos alumie e dê alento de proibir também sol de praia, chuva morrinha ou intempéries em tão incensados dias, mais tudo o que distraia o povo da urna do santíssimo voto.
O Leão da Estrela
(Arthur Duarte, 1947)
Não podia estar mais de acordo. Aliás, o governo deveria incluir na proibição as relações intimas e as doenças das crianças, que distracções dessas não auguram nada de bom para o exercício sagrado do direito de voto.
Cumprimentos
Que desgraça!
Cumpts.
Em 30.07.1970 foi proibido de ir á praia. Proibido é como quem diz, era como quem diz. No Estoril e/ou em Cascais, se calhar, não era bem assim não se poder ir à praia.
Afinal o Dec.Lei 48490/69 foi feito para outros feriados dias de trabalho.
A rapaziada (os que podiam) que vinha de férias da guerra da Guiné, para Lisboa, havia/houve uma refilisse para contestar o 'é proibido ir prá praia' anunciado em tudo o que era 'comunicação' naquele dia. Não, não era o dia de S. Voto, te arrenego satanás,
V., quere-me cá parecer, foi à praia. Se não foi ficou mareado. Tome lá o Decreto-Lei 48 490, de 19 de Julho. É de 1968, do tempo em que havia marinha mercante e planos de fomento.
Cumpts.
Quanto ao mareado, não diria.
Valdemar Silva
Ca estou. Aquilo lá prás alturas de San Marino já não são para mim, a não cá em baixo na barulheira dos Fórmulas Um.
Valdemar Silva
Mas acabou um por ser um ano infausto para Ferrari: Villeneuve morreu logo a seguir no G.P. da Bélgica e Pironi espatifou-se ao depois em Agosto em Hockenheim.
Cumpts.
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