Com uns ganhos na Feira da Ladra, aos sábados, aburguesei-me no «chic» (cuidava eu) de comprar o «Expresso», nos meados de 80. Nêsse tempo não havia saco de plástico. — Nem eu sabia nada.
Ao depois mudei-me para o «Independente» cuidando aí que talvez que me afidalgava alguma migalha só da irreverência monárquica do Miguel Esteves Cardoso. — Era novo, não pensava!…
Meu pai lia o «Diário Popular», até que acabou. Ficou-se então só pelos desportivos «A Bola», «Record»; creio que se publicavam em dias alternados. Mantinha êle um trato com o Manecas jornaleiro; trazia o jornal de hoje à tardinha e devolvia-lho à manhã; pelo meio comprava o jornal de sábado e, quando se publicou, a Teleculinária para a minha mãe. De quando em vez um «Zé Carioca» ou um «Pato Donald» a rôgo de meu irmão ou meu. Um negócio assim mais em conta, até que o Manecas se também finou.
Os jornais nêsse tempo ainda, porém, estavam para durar. Agora já não…
Onde isto já vai!…
Com o tempo o jornal tornou-se para mim um rito sòmente estival. Uma coisa de tempos livres e que me dava realmente prazer desfrutar na praia ou na esplanada. Mais tempo e, desencantei-me, tal a pobreza dos pasquins. O estúpido Acordo Ortográfico matou-mos terminantemente a todos. O «Púbico» [isto mesmo], apesar dêle (de o negar, ao estúpido Acordo Ortográfico) nem precisou disso; apodreceu por si.
Lia por fim «O Diabo», mas até dêle me cansei há uns poucos de anos. Tornou-se-me maçador. Ou fui eu que desmoralizei ao ponto de nem o prazer simples de ler o jornal já ter…
Inauguração da estátua de Fernão de Magalhães, Pr. Chile, 17/X/950.
Judah Benoliel, in archivo photographico da C.M.L.
O ardina Manecas tinha banquinha de jornaleiro na esquina da Parreirinha do Chile, ali quando se dobra para a Pereira Carrilho.
O «Diário Popular» é da hemerotheca digital.
«[…] E consomem pornografia desde tenra idade e de forma descontrolada, o que lhes desordena o imaginário e lhes cria expetativas [sic] falsas.»
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