E vai o segundo dia sem vento. Estranho, mas não me queixo. Cheguei a convencer-me de que nunca deixasse de soprar vento nesta praia. Mais que posso dizer agora é que a água continua fria. Quanto ao resto pouca novidade: o homem que devorava livros lê devotamente o «Público»; os devotos da vida saüdável continuam peregrinos, para cá e para lá, conforme os leva a crença; paradoxalmente a embocadura da praia é um formigueiro de sapiens sapiens sedentários; se aqueloutros peregrinam pela rica saüdinha às aras da vida sã, os últimos prostram-se a Hélios no primeiro m2 de areia que acham.
Concessão à Radiotelevisão Portuguesa brasileira que ontem colou o novo folhetim à 50.ª corrida da TV por môr de maior publicidade. Mérito a algumas caras que por genuína afición se não escondem dos toiros; a Cinha e o treinador José Peseiro; este como bom aficionado não deixou [de] lamentar aos microfones da R.T.P. o fim do magazine tauromáquico dos sábados. Parece-me que caiu o recado em saco rôto. O Cáceres há-de tê-lo ouvido, mas não piou...
50.ª Corrida TV, R.T.P. em directo, 2014.
Os peregrinos da vida saüdável vêem-se poucos à tarde. Admito que de tarde esteja mais calor para romagens às aras virtuaes da vida sã pela beira-mar (e que até faria mal), mas, e à tardinha, quando a caloraça amaina? Será por coincidir com a hora do terço?...
Algarve (c) 2014
Hoje trazemos merenda, ficamos o dia todo. Vamos um bom pedaço mais lá para deante, além donde se os humanos apinham. Além mesmo donde as gaivotas vão... largar a carga...
Afinal não fomos tão além.
Algarve (c) 2014
Aqui ao lado, à nossa beira, chegam pae mãe e filha. Pousam a tralha, cravam o chapéu, deixam a filha a tomar conta e abalam, pae e mãe, prestes, para levarem uma velinha ao altar da vida sã. Juntam-se aos demais devotos da vida saüdável que formigam como costume, para lá e para cá. Um que passa com passada comprida venera, porém, a um deus menor: vem equipado como os da selecção de football; junta às passadas largas um abrir de braços como, querendo dominar o terreno de jogo, não dando espaço ao adversário. Como objecto de veneração traz vestido o n.º 7.
As ondas marulham ao longe na maré-baixa. O Sol a pino despeja uma modorra calma sôbre o areal; aqui a senhora dormita; vista da toalha a païsagem tremula no calor; a espaços, som de vozes, distinctas, quase se lhe percebendo palavras. A falésia atrás apruma-se, alaranjada contra o azul que rebrilha. Em fundo uma cigarra compõe a canícula, que o rugir dum motor vem contrariar...
Algarve (c) 2014
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