Os factos de hoje cá foram as plusões lá fora. Pelo primeiro-ministro do Rato fiquei a perceber melhor o que são plusões: são do mal o menos por causa de haver cada vez uma malha mais fina no cerco do acesso aos â â â... aos plusivos (T.S.F., Noticiário das 13h00, 11'30").
Malha mais fina no cerco do acesso aos plusivos... — Não há dia nenhum em que este pedaço de asno não semizurre. Não há dia nenhum que os pés-de-microfone lhe não estendam o dito. Ao depois sai isto:
Por cada atentado que ocorre há dezenas que não ocorreram (T.S.F.)
« O combate ao terrorismo é um combate de longa duração», que «nos deve mobilizar a todos» e que exige «um trabalho de profundidade e de cooperação» [e] salientou que «há um problema de inserção» social na Europa (Inês Alves, Jornal de Negócios).
Os atentados mais parecem as detenções de coca. Entendido por comparação parece ele ser...
E combate ao terrorismo é como há décadas no Ultramar; mas só agora, quando uma canzoada com problemas de inserção social se ferra raivosamente às canelas de europeus é que o canastrão nos quere mobilizar a todos, aos portugueses. Para as colónias é que nem mais um soldado; não era terrorismo, eram movimentos de libertação!...
Mas esta manhã, de dar-se o caso do dia em Bruxelas, o atropelo rádio-eufórico ia todinho para conseguir pôr no ar, domèsticamente, um desses entendidos em tudo em geral e nas bélgicas em particular ou, em alternativa, qualquer cão ou gato que por lá andasse. Desencantaram o Moedas, que soou pelo éter em directo ao telefone a dizer justamente as coisas de que falou. Enquanto o ouvia na telefonia do automóvel sem no escutar, auscultou-me a senhora:
— Que lá faz este Moedas?
— Ganha-as.
— Sim, mas além disso?
— Não faz mais nada. Talvez ao depois as cá redistribua: a filhos... Ou a irmãos...
Mudei de posto por menos Moedas; no novo posto sintonizado anunciam o Moedas prestes a entrar no ar vindo posto anterior. — Ah grande Moedas! Sempre a postos!...
Pus a dar um terceiro posto onde não tilintavam Moedas, mas onde rangia alguém. A voz era-me familiar: era o Rangel. — E como rangia! — Várias vezes lhe atalhou o locutor por lhe cortar o pio e nada; o Rangel falava desenfreado, não ouvia interrupções do locutor e não se detinha. Jorrava-lhe o umbigo pela verborreia. Falou, falou falou, de Bruxelas, de Estrasburgo, da Europa, de Molenbeek das polícias belga e francesa, de aeroportos, de muito viajar de avião, de tudo e, pela antiga Estr. de Sacavém e pela Almirante Reis (eu), de Arroios ao Areeiro não o ouvi calar-se nem ele parou de falar. O locutor da rádio resignou-se por alturas do cinema Império; deixou o comentador convidado comentar até se calar e fechou o directo: — Tivemos o comentário de Paulo Rangel sobre os atentados em Bruxelas em directo do Porto.
(Imagem de página electrónica não recomendada.)
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