Tirando o de 81 este é o Junho mais quente que me lembra. Em 81 foi um record em Lisboa: 43ºC, pelos meados do mês. Recorda-me de, para refrescar, tomar uns duches de água fria à tardinha. Ao depois ia-me plantar à porta da minha mãe em tronco nu e de chinelos, a tomar fresco; apareciam normalmente uns quantos vizinhos à cata do mesmo. Este Junho de 15, agora, também entra nos meus records: dos duches sem precisão de esquentador à cata do de 81... Esse Junho de 81 foi prenúncio dum Verão estupendo, o Verão do Zé, do Jaime e do Pedro (ou vice-versa); o Verão da Fórmula 1; o Verão, também, do gira-discos que me deu o primo Zeca; o Verão, ao depois, do Jackpot, que por acaso não veio com o Joe Dolce... -- Mas para mim também foi o Verão dele. Lembra-me cada vez que o oiço.
Recordo-me da noite de 12 para 13, de Santo António 'tá claro, e dias 13, 14 e 15. Um forno! Que se repetiu quase um mês depois, em meados de Julho. Abraço Manuel
Foi,como dizia o outro,de "derreter os untos". Mas,tivesse eu um primo assim,seria o Verão Zeca-Garrard.E se de braço dado com o roda-discos viessem também os vinis apresentados no linque(Mengelberg,Furtwangler,Gieseking)decerto passaria o Verâo entre o banheiro refrescante e a sala de audição.
Não. Não houve vinis para amostra, muito menos de 78 rpm, coisa rara em que nunca pus a mão. E a vitrola pedia já reforma quando a recebi. Era o modelo mono, portátil, com modifificação manhosa para tocar em «estéreo»... Mas eu naquele tempo fazia pouca ideia de tudo (ainda agora...) Não viu o Jackpot que acabei por comprar ou a musiqueta que pus aí...? Mas não deixou de ser o Verão Zeca-Garrard afinal; agora já o sei. Cumpts.
Lembro-me desse horrível Verão de 81 e dos 43 graus, como se tivesse sido ontem. Estava eu no parque com um dos meus filhos, ainda muito pequenino, seriam quatro da tarde mais ou menos, de repente começo a ver tudo a andar à roda, a perder as forças e quase, quase a desfalecer. Foi por um triz que não desmaiei. Sentei-me ràpidamente no banco mais próximo e as forças a faltarem-me cada vez mais. Na fracção de segundos que antecede o desmaio e numa aflição que só visto, apenas me recordo de pensar que não podia deixar o meu filho sozinho, ainda por cima sem absolutamente ninguém por perto que pudesse tomar conta dele caso eu ficasse para ali caída sabe Deus por quantos minutos ou horas ou mesmo para sempre! Filho, que entretanto continuava todo entretido a apanhar os tronquinhos das árvores espalhados pelo chão e afastando-se cada vez mais do local onde me encontrava sem sequer olhar para mim. A minha sorte foi, por um acaso do destino, entrar no parque um pequeno grupo de rapazes e raparigas a quem fiz um pequeno aceno, já quase se forças, para se aproximarem pedindo-lhes que ràpidamente me molhassem a testa com a água. Água que, novamente por sorte minha, corria de um repuxo mesmo ali muito próximo do banco onde me encontrava sentada. Assim fizeram e lentaente lá me fui recompondo... e voltando à vida!
Nunca mais me hei-se esquecer daquele pavoroso Verão e dos insuportáveis 43 graus, verdadeiramente um calor de morte. Maria
Recordo-me bem desse Verão de 1981, mas lembro-me também de que no Verão de 2003, durante cerca de quinze dias, as temperaturas estiveram sempre acima dos 40º graus; porém, não sei porquê, esta última onda de calor não causou tanta impressão às pessoas como a de 1981... Será isto fruto de uma época em que os aparelho de ar condicionado já estavam vulgarizados?..
81 ficou-me. E em 2003 havia muito mais ar condicionado, especialmente em centros comerciais... Havemos de convir que faz mossa na impressão que causaria. Cumpts.
O verbete tem coisa de um ano. O tema tem para lá de 35. Mas só agora se fez aqui o cruzamento.
Que bem me lembro do sítio onde estava pousado o gira-discos. Que bem me lembro de tudo o resto. Esses sim eram dias em que decorar um carro de esferas era para quem tinha brilho. Que lindo Renô que tu tinhas.