No lugar de Palma, que menciona, laborou a Fábrica Cerâmica da Viúva Lamego até ao fim dos anos 80: recordo-me bem do som da sereia fabril que assinalava o início e o fim das jornadas de trabalho. Palma era portanto, na sua génese, um lugar eminentemente operário, como se comprova pelo casario térreo mais antigo que ainda hoje por lá se consegue vislumbrar.
De resto, a zona das Laranjeiras e de Benfica pré-anos 1950/1960 tinha esta curiosidade: nela se mesclavam vilas e casario operário com palácios e quintas de famílias aristocráticas ou com origens na ascendente burguesia liberal oitocentista.
Não foi só nas Laranjeiras. De Chelas a Marvila e ao Poço do Bispo há palácios e quintas rodeadas por vilas operárias. Em Alcântara também mas sobram menos vestígios.
A dinâmica industrial e urbana deveio no que sabemos, e continuará, até à entropia geral.
Cumpts.
Bem lembrado, eu é que não conheço tão bem a zona oriental de Lisboa e não recordei desse exemplo.
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