De [s.n.] a 1 de Setembro de 2016
Conforme a foto, pelos anos dez do séc. vinte e durante muitas décadas após, esta Avenida estava e continuou a estar linda de se ver. Limpa, ordenada, impecàvelmente projectada. Com moradias encantadoras de um lado e de outro e uma singular placa central cuja simetria e dimensão perfeita das árvores adultas causa admiração. Tudo era bonito e harmonioso até pouco depois do 25/4 - Avenidas, Largos e ruas de Lisboa e certamente de muitas outras cidades do País - a partir dessa altura foi o inferno que se abateu sobre Lisboa e arredores e de certeza pelo restante País: das criminosas demolições de belos e altaneiros edifícios e moradias, alguns daqueles e algumas destas Prémios Valmôr, ao desvirtuamento do que anteriormente tinha sido não só bem executado como contìnuamente cuidado o que justificava o seu excelente estado de conservação, pelos péssimos remendos dos pavimentos e o vergonhoso calcetamento dos passeios, estes anteriormente belìssimamente desenhados e melhor trabalhados. Muitas dessas moradias e edifícios, autênticas obras de arte, foram substituídos por mamarrachos do pior cujas fachadas integralmente envidraçadas, com uma volumetria inominável e sem beleza exterior por absoluta carência de linhas arquitectónicas dignas do seu nome, mais parecem fábricas de reciclagem do lixo ou armazéns para a recolha e depósito de cartão e papel.
Quando é que nos iremos livrar desta politicagem de tão baixo nível, que não satisfeita em ter-nos feito perder a Soberania e a Independência também continua a dar cabo do que nos resta de Nação, como a língua, a arquitectura, as tradições seculares e muito mais? Peço todos os dias a Deus que nos ajude a voltarmos a ser o País que fomos e de que tanto nos orgulhávamos.
A placa central cedo foi abatida pelo ritmo da vida urbana, em prol da fluidez rodoviária. Hoje o enxertado da Cedofeira na Câmara Municipal ensaia um simulacro do mesmo com a desculpa do ambiental e do sustentável, essa supina religião pagã que emparelha com o ciclismo, o feminismo e o homossexualismo.
No passado os que a destruíram foram práticos, tinham os pés assentes e percebiam o mundo sacrificando alguma coisa para simplificar a vida ao cidadão. Estes tratantes socialistas agora são intrujões de primeira, cegos de fé em empreitadas de obras públicas escondidas à carneirada pela mensagem da salvação do planeta ou lá o que é. Mesmo que sacrifiquem a terra em que habitam empenhando-a ao estrangeiro. Só assim se lhes percebe o regozijo pelo estímulo à economia que causa o aumento de vendas de automóveis, enquanto tudo o que fazem é chular o automobilistas e infernizar-lhe a vida.
Cumpts.
De [s.n.] a 4 de Setembro de 2016
Acredito que seja tal e qual como escreveu. Já adulta, não me recordo de grandes alterações urbanísticas e/ou arquitectónicas em Lisboa e as poucas a que me foi dado assistir - embora algumas delas não me agradassem particularmente - a verdade é que as fui aceitando com bonomia porque apesar de tudo não destoavam do conjunto em que eram inseridas. Sim, Lisboa inteira era uma cidade linda de se ver e para se viver. E tanto para os residentes como para os estrangeiros, nada agredia a sua sensibilidade estética, além de que a Cidade era extremamente elogiada pelos que nos visitavam, sendo a limpeza das ruas e avenidas uma das coisas que mais os surpreendia.
Ouvi ontem que o Medina cancelou(?) suspendeu(?) as obras na Segunda Circular. Ainda bem, já basta o horror do que se passou e passa com as alterações horrorosaas e despropositadas na Baixa, Rotunda e Avenidas circundantes.
Já ouvi motivos muito pouco dignos para tal decisão, entre eles negócios escuros que não iriam ou não estavam a ser cumpridos conforme o acordado entre as partes... (como brutas luvas a dividir por todos os envolvidas). Será? É muito capaz. Com esta maltosa brava tudo é possível. Ou melhor, é mesmo deste inclassificável jeito que em democracia ela, esta classe política, se governa.
Maria
Comentar