Foi mais ou menos por altura desta que conheci o Areeiro. Conheci-o assim, desta perspectiva. A minha mãe foi um dia a um super que, parece, era novo. Pelo menos para mim era. Só conhecia até aí os súperes no Chile (dois: um Pão de Açúcar e um Modelo) e um na Pascoal de Melo, o A.C. Santos. O super novo era o Nutripolo, ficava numa avenida muitíssimo moderna, com uns prédios maiores e mais modernos do que o Areeiro: a Av. dos Estados Unidos da América.
Quando lá fui a primeira vez foi também a primeira vez que me lembra ter passado pelo Areeiro. Mas não atravessámos a praça. Vínhamos da Abade Faria. A minha mãe atalhou logo pela Alves Torgo, pelo velho Areeiro.
De maneira que só dei pelo Areeiro, o monumental, o do arranha-céus, visto desta perspectiva, já um pouco abaixo para lado da Gago Coutinho. E foi só este relance que tive dele porque logo aqui, por alturas das bombas de gasolina, atravessámos para a Agostinho Lourenço — que é a continuação da Alves Torgo, a velha Estrada de Sacavém; mas são estas referências antigas novidades também antigas e que só vim a descobrir de há uns vinte anos para cá. Antes dele não fazia ideia de nada disto.
Atravessámos e descemos pela Agostinho Lourenço que não tinha nada que impressionasse, como ainda hoje não tem, salva a curiosidade de ser um troço sobrevivente da velha Estrada de Sacavém, dos retiros e dos estômagos com tendências bucólicas, impelidos pela nostalgia das hortas para fora de portas no tempo do tomate. Nada disto me pareceu, nem eu o imaginava também. Sòmente notei a cancela encerrada da passagem de nível do velho apeadeiro. Não passavam ali carros, como em Chelas ou em Belém, só gente a pé. E a rua a seguir, para lá da cancela, também se não ajeitava bem com a rua donde vínhamos, a Agostinho Lourenço. Esta assimetria de ruas e o ar algo deslocado do apeadeiro com a cidade em redor fez--me certa espécie. Mas não nesta vez, só ao depois…
Nesta vez, o que me impressionou mesmo, pelo moderno que os achei, foram os grandes prédios da Av. dos Estados Unidos. Lisboa era mesmo uma moderna, ali. Mais moderna do que o Areeiro, que só o vi da maneira como disse, pois…
Av. do Aeroporto, Areeiro, 1974.
Artur Pastor, in archivo photographico da C.M.L.
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