23 comentários:
De Bic Laranja a 31 de Outubro de 2014
Muito bem, muito bem, temos acordita:

A etimologia é presunção. Mmande lá os brasileiros calar o «p» de «corrupto» s.f.f.!

Quase setenta anos sem solavancos ortográficos é sofisma. Apregoar unificação com dupla grafia é o quê, honesto?

Crase histórica de vogais (inflação é um caso à parte, mas não lho vou explicar) e famílias de palavras são fenómenos obscuros. Fica V. desde já brilhantemente habilitado grafar «caráter» no sing. e «caracteres» plural.

A reforma de 1911 foi uma trapalhice que, por unilateral, o envergonha. Pergunte todavia aos brasileiros da sua (deles) reforma de 1907 antes de enfiar a cabeça num saco.
De Comentário de João Branco, corrigido a 31 de Outubro de 2014
A pronúncia é uma herança oral, e é por isso que existem em Portugal tantas pronúncias diferentes apesar de termos tido sempre a mesma ortografia. Não há «consoantes diacríticas». Nunca houve. Houve trapalhões castelhanizadores da ortografia portuguesa no Portugal de 1911 que, em cumprimento do iberismo reinante, repararam que mantendo aquelas consoantes e eliminado as outras deixavam as ortografias mais próximas. E deixavam, de facto. Não houve reforma ortográfica no Brasil em 1907. Essa é uma mentira recorrente na tentativa de fingir que a adopção da etimologia simplificada e a separação ortográfica não ocorrem por iniciativa portuguesa em 1911. O que aconteceu em 1907 no Brasil foi a Academia de Letras ter passado a usar ortografia simplificada nas suas publicações. Ràpidamente desistiram da ideia porque ninguém no Brasil queria a separação ortográfica com Portugal. Infelizmente, em Portugal fez[-se] precisamente o oposto e foi decretada unilateralmente em 1911 a separação ortográfica com o Brasil. A proposta de simplificação da A.B.L. nunca foi adoptada pela imprensa nem pelo Governo do Brasil, como se pode constatar pela consulta de jornais ou legislação brasileira até, pelo menos, 1931. O Brasil só adoptou a ortografia simplificada em 1931, naquilo que foi o primeiro acordo ortográfico luso-brasileiro, que, aliás, foi aproveitado em Portugal para rever algumas das inanidades ortográficas decretadas unilateralmente em 1911. Depois de 1931, o uso da ortografia portuguesa clássica perdurou no Brasil ainda por alguns anos. Como exemplo, vejam-se os títulos deste filme brasileiro de 1936 -- patrocinado pelo governo brasileiro -- todos em ortografia portuguesa clássica:
http://www.youtube.com/watch?v=hKI4miH0lkINele
Podemos encontrar palavras como "intellectual" "producção" "photographia" "direcção" "orchestra" "symphonica" "orpheão" "districto" "choreographia". Por essa altura, há [i.é havia] um quarto de século que em Portugal todas aquelas palavras já eram grafadas de modo simplificado.

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