« O pasodoble entra-me em casa pela varanda do saguão» podia ser a frase de abertura burilada ao estilo do Fernando Alves, dos Sinais; abertura de croniqueta de bairro ou verbete olisipográfico (continuemos no estilo), mas não vou mais além. Inaugura-se agora, neste preciso momento, hoje, última sexta-feira de Julho do ano de 16, com charanga e pasodoble, o novo super do bairro. A Sr.ª Conceição dizia-me na escada que fôra ver da janela que dá para lá, para aquele lado da rua. E o que viu era uma multidão, à espera da solene abertura da loja. — É disto que o meu povo gosta, já dizia um outro jornalista, um da bola! — Só não foi ela lá ver também, diz-me, por estar sozinha e lhe faltar a Paula, a empregada, que está de férias. Enquanto aguardo que apareça o mestre de obras que marcou de vir limpar os algerozes vou, pois, ouvindo a fanfarra da inauguração pela varanda do saguão, animado, não de lá ir por promoções e inaugurações, mas por me servir no futuro para comprar papel higiénico, a única compra que faço questão de fazer naquele super.
Quem ganha com o aborto gráfico?...
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