Rua do Terreirinho, Lisboa, 2011.
Luís Pavão, in archivo photographico da C.M.L.
A rua do Terreirinho, às Olarias, é a antiga da Oliveira, na freguesia dos Anjos.
« Terreirinho (Rua do) — Antigamente — da Oliveira.
Existia já em 1770 com esta denominação — Veja testamento de Caetano José Estácio, no meu arquivo, Titulos das casas do Terreirinho. Veja também Bernardes Branco, no D. João V — o anúncio do curandeiro da rua da Oliveira, e a razão do porquê desta denominação. Autorisada esta denominação pelo edital do Govêrno Civil de 1 de Setembro de 1859.»Gomes de Brito, Ruas de Lisboa, III, Sá da Costa, 1935, p. 6.
Hoje li infausto noticiário de que é à Mouraria. Com a maior propriedade será, me parece, por quanto lhe os anjos já de pouco ou nada lá valem…
Em 1790-94 residia nesta rua da Oliveira aos Anjos a família dos Soeiros que, consta em Luiz Pastor de Macedo (Lisboa de Lés-a-Lés, vol. V, C.M.L., 1968), fôra proprietária da quinta dêsse nome na «estrada que segue desta cidade para o sítio denominado da Luz» — na estrada da Luz, por tanto; ainda lá temos hoje a rua dos Soeiros a lembrar o nome.
« Era seu chefe o dr. Alexandre Vitorino Cardoso Soeiro, casado com D. Isabel Rosa de Miranda, de quem tinha duas filhas e dois filhos pelo menos. Estes foram o desembargador José Alexandre Cardoso Soeiro e Manuel Cardoso Soeiro; e as filhas casaram no oratório privativo das casas de morada na rua da Oliveira [*], uma, D. Maria Antónia Cardoso Soeiro, em 22 de Dezembro de 1790 com o desembargador José Manuel Oliveira Mascarenhas [**], e outra, D. Máxima Benedita Cardoso Soeiro, em 25 de Novembro de 1794 com o o desembargador Joaquim Gomes Teixeira.» (p. 37.)
Isto pode achar-se no Liv.º XI de casamentos, f. 264 e no Liv.º XII, f. 84, da antiga e, cá está, extincta, freguesia dos Anjos. Para bom entendedor…
« A suposição em que estamos de que estes Soeiros seriam os da quinta da travessa do Soeiro [à estrada da Luz] baseia-se na circunstância das duas filhas do dr. Alexandre terem sido baptizadas na paroquial de S. Lourenço de Carnide.» (p. 38.)
O fim da Rua do Terreirinho, a desembocar na do Bem Formoso em 1950.
Rua do Benformoso no trôço onde desemboca a Rua do Terreirinho (à esq.) [***], Anjos, 1950.
Eduardo Portugal, in archivo photographico da C.M.L.
[*] O registo paroquial em 1790 dá o oratório da rua da Oliveira a Manoel Clemente Cardoso Soeiro, filho do desembargador Alexandre Vitorino. Em 1794, no casamento de sua filha, D.ª Máxima, já o prior o designa como «oratório das casas de rezidencia do Dezembargador Jozé Alexandre Cardoso Soeiro».
[**] Baptizado na freg.ª de S. Thomé e morador na do Socorro. Quando a Mouraria era bem cristã, se me faço entender… .
[***] «e enfim, [d]o oratório ou passo do Benformoso (ou Boi-formoso), justamente no sítio da empena do prédio que tem três frentes, uma para a Rua do Benformoso, outra para a Rua da Oliveira, e a outra (a da empena) sobre as escadinhas que ligam as duas ruas, na base da Calçada de Agostinho de Carvalho.» (J. Castilho, Lisboa Antiga; Bairros Orientais, 3.ª ed., v. III, p. 306.)
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